O
problema da extensão da inspiração da Bíblia é frequentemente suscitado, e hoje
em dia, considerado muito importante. Os termos inspiração plenária e verbal
são usados. Plenária significa
completa. Quando é usado em conexão com inspiração, significa que toda a Escritura é inspirada — não
apenas algumas partes. Consideram alguns, que somente são inspiradas (e
portanto isentas do erro) aquelas partes da Bíblia que se relacionam com as
questões espirituais que tratam da Salvação. Tais pessoas dizem que pretender
aplicar a inspiração (e, portanto, a autoridade da Escritura e da sua
inerrância) às questões que envolvem a história humana ou o mundo físico
(ciência) é querer enfrentar barreiras intransponíveis.
Alguns
mestres afirmam que a Bíblia “contém”
a Palavra de Deus, e não que é a Palavra de Deus. Esse ponto de vista,
entretanto, põe-nos diante de um sério problema. Como podemos saber quais as
partes da Bíblia que são dignas de confiança e quais não são? Como saber quais
os aspectos que se relacionam inteiramente com a Salvação e quais são
“apenas" assuntos históricos? Muitas vezes as duas — Salvação e História —
estão inextricavelmente entrelaçadas. Por exemplo, que valor teriam a Cruz e a
Ressurreição, para a Salvação, se não fossem acontecimentos históricos?
O
termo inspiração verbal indica que a
inspiração se estende às palavras da
Bíblia propriamente ditas, não apenas às ideias. Já vimos que Deus não “ditou”
as Escrituras mecanicamente, mas orientou e supervisionou os escritores dentro
de suas próprias personalidades e origens. Essa orientação incluiria
necessariamente a escolha de palavras, já que os pensamentos são compostos de
palavras, assim como um compasso musical é composto de notas. Alterar as notas
musicais seria alterar a música. A inspiração verbal afirma que Deus, pelo Seu
Espírito, garantiu a autenticidade e veracidade das próprias palavras que foram
escritas, sem privar os autores de sua própria personalidade.
Temos
observado que a Bíblia é a Palavra de
Deus; e não que simplesmente contém
a Palavra de Deus, como muitos creem. Outros dizem que a Bíblia torna-se a Palavra de Deus para o
indivíduo, quando este tem um "encontro existencial" com Deus através
da leitura bíblica — quando a Verdade de uma passagem impressiona-o poderosa e
indelevelmente. Aqueles que defendem tal posição estão consequentemente em
forte oposição à que chamam de ortodoxia "morta” — à profissão das crenças
evangélicas desacompanhadas da evidência de que o crente foi mudado pelo poder
de Deus.
Fonte:
Paul E. Little - Saiba o Que Você Crê, p.11-13.
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