Uma das convicções que distinguem a Igreja Ortodoxa é a sua adesão às decisões dos sete concílios ecumênicos dos primeiros séculos do cristianismo. Os sete concílios são o Primeiro Concilio de Nicéia (325), o Primeiro Concilio de Constantinopla (381), o Concílio de Éfeso (431), o Concilio de Calcedônia (451), o Segundo Concilio de Constantinopla (553), o Terceiro Concilio de Constantinopla (680) e o Segundo Concilio de Nicéia (787). Este último dos concílios "ecumênicos" define o uso ortodoxo dos ícones com as seguintes palavras:
Para abreviar a nossa confissão, nós mantemos inalteradas todas as tradições eclesiásticas transmitidas a nós, quer por escrito ou verbalmente, uma das quais é a elaboração de representações pictóricas, de acordo com a história da pregação do evangelho, uma tradição útil em muitos aspectos, mas especialmente nisto, de que assim a encarnação do Verbo de Deus é mostrada como real e não meramente fantástica, pois elas tem indicações mútuas e sem dúvida também tem significações mútuas.
Portanto, seguindo o caminho real e a autoridade divinamente inspirada de nossos Santos Pais e as tradições da Igreja Católica (pois, como todos sabemos, o Espírito Santo nela habita), definimos com toda a certeza e precisão que assim como a figura preciosa e vivificadora da Cruz, assim também as veneráveis e santas imagens, tanto em pinturas e mosaicos como em outros materiais apropriados, devem ser expostas nas santas igrejas de Deus e nos utensílios sagrados e nas vestes e nos quadros, tanto em casas como junto aos caminho, a saber, a figura de nosso Senhor Deus e Salvador Jesus Cristo, de nossa imaculada Senhora, a Mãe de Deus, dos honrados anjos, de todos os santos e de todas as pessoas piedosas. Pois quanto mais frequentemente eles são vistos em representações artísticas, tanto mais prontamente os homens são elevados à memória de seus protótipos e a aspirar por eles; e a elas deve ser dada a devida saudação e reverência honrosa, não certamente aquele verdadeiro culto da fé que pertence somente à natureza divina; mas a elas, como à figura da Cruz preciosa e vivificadora e ao Livro dos Evangelhos e a outros objetos santos, incenso e luzes podem ser oferecidos de acordo com o antigo costume piedoso. Pois a honra que é dada às imagens é transferida para aquilo que a imagem representa, e aquele que reverencia uma imagem, reverencia nela o sujeito representado.
Fonte:Mark A. Noll - Momentos Decisivos na História do Cristianismo.
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