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Como Homens Falíveis Puderam Produzir uma Bíblia Infalível?



Um dos argumentos mais frequentes lançados contra a infalibilidade da Bíblia se baseia no fato de ela ter sido escrita por autores humanos. Os seres humanos são falíveis. Desde que a Bíblia foi escrita por esses seres humanos falíveis, segue-se necessariamente que a Bíblia é falível. Ou, pelo menos, é isso que o argumento diz. Bruce Wawter, teólogo católico romano, escreve: “Uma literatura humana sem erros seria, na verdade, uma contradição em termos, desde que nada é mais humano do que errar” (Biblical Inspiration, Philadelphia, Westminster, 1972). [Inspiração Bíblica]. Embora ouçamos essa acusação muitas vezes, ela não está certa. Admitimos que os seres humanos cometem erros repetidamente. Mas não os cometem de modo necessário em todos os casos, e não têm necessariamente de cometê-los. Por exemplo, há vários anos, um dos autores estava ensinando sobre a confiabilidade da Bíblia. Ele datilografara para a aula um esboço do curso numa página. O produto acabado era irrepreensível; não continha erros tipográficos, nem na cópia do original manuscrito. Embora o autor fosse humano e inclinado a cometer erros, ele foi, de fato, infalível nesse caso. O ponto é este: não é impossível que um ser humano execute um ato livre de erros. Não é impossível para o homem falível registrar, corretamente, tanto palavras como eventos. Eliminar então a possibilidade de uma Bíblia infalível, apelando para a falibilidade dos homens, é algo que não pode ser sustentado.

John Warwick Montgomery, advogado e teólogo, ilustra esta verdade: “As instruções para o funcionamento de minha máquina de lavar, por exemplo, são literalmente infalíveis. Se eu fizer exatamente o que dizem, a máquina responde. A Geometria de Euclides é um livro de perfeita consistência interna; os axiomas e as provas seguem-se inexoravelmente. Com base em tais exemplos (e eles podiam facilmente ser multiplicados) devemos concluir que os seres humanos, embora errem repetidas vezes, não precisam errar em todas as instâncias particulares. “É certo que a produção, durante séculos, de sessenta e seis livros exatos e mutuamente consistentes por autores diversos é bem difícil — e apelamos alegremente para o Espírito de Deus a fim de executar a obra — mas o ponto permanece de que não existe nada metafisicamente sobrenatural ou contra a natureza humana em tal possibilidade. Se existisse, já consideramos as implicações disso para a Cristologia? O Cristo encarnado, como homem verdadeiro, teria também de errar: e já vimos que o erro em Seus ensinos iria negar totalmente o valor revelacional da encarnação, deixando o homem tão no escuro quanto ao significado da vida e da salvação como se não tivesse havido qualquer encarnação” (God’s Inerrant Word, p.33). (A Palavra Irrepreensível de Deus). Também cremos que há evidência suficiente de que a Bíblia é a Palavra infalível de Deus. As próprias Escrituras testificam: “Toda Escritura é inspirada por Deus” (2 Tm 3.16). Se contiverem erro, devemos chamá-lo então de erro inspirado por Deus. Isto é totalmente incompatível com a natureza de Deus como revelada na Bíblia. Por exemplo, Tito 1.2 diz que Deus não pode mentir. João 17.17 afirma: “Tua palavra é a verdade”. Os exemplos poderiam ser multiplicados. O testemunho da Escritura é claro. Deus utilizou homens falíveis para receber e registrar sua Palavra infalível, de modo que ela chegasse até nós correta e sem erros. Parece difícil? Não para o nosso Deus. “Eis que sou o Senhor, o Deus de todos os viventes; acaso haveria coisa demasiadamente maravilhosa para mim?” — disse Ele, em Jeremias 32.27.

Fonte: Razões para os Céticos Considerarem o Cristianismo - Josh Mcdowell.

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