I. A sua história.
João e
Carlos Wesley, fundadores do Metodismo, não planejaram dar início a uma nova
denominação. Eram eles membros da Igreja Anglicana e, enquanto estudavam na
Universidade de Oxford, tomaram a iniciativa na organização de um clube
religioso que dava ênfase ao viver santo, como um protesto contra o mundanismo
prevalecente daquele tempo. Os sócios desta nova sociedade eram chamados
«Metodistas» por causa dos seus hábitos metódicos. Ainda que os Wesley nunca
cortassem as suas relações com a Igreja Anglicana, havia uns desentendimentos
bem sérios entre eles e aquela igreja, especialmente no tocante ao seu espirito
e aos seus métodos. João Wesley não queria, até meio século depois, consagrar
homens como «superintendentes» (mais tarde conhecidos como bispos), e então,
somente os bispos da igreja estabelecida da Inglaterra se recusaram, durante a
revolução das colônias americanas, a consagrar homens para a administração dos
sacramentos na América do Norte, pelas sociedades metodistas. Finalmente ele
mesmo tomou a iniciativa em consagrar Francis Asbury e Thomas Coke como
«superintendentes». Isto se deu em setembro de 1784. Numa conferência na cidade
de Baltimore, em dezembro daquele ano, chegaram a um acordo de «fundar uma
Igreja Metodista Episcopal». Quatro anos mais tarde Coke e Asbury estavam sendo
chamados de «bispos», antes que de «superintendentes». Assim o metodismo foi
começado.
Os
metodistas têm uma forma episcopal de governo para suas igrejas, com bispos que
nomeiam os pastores das igrejas antes de permitirem que as igrejas escolham
seus próprios pastores. Os ministros são membros da «Conferência Anual», e não
das igrejas onde servem. O sistema, quanto ao tempo que um pastor pode ficar
servindo uma congregação particular, é mais flexível do que em anos anteriores.
Isto se aplica especialmente às maiores igrejas das cidades, não às menores
congregações. No sistema episcopal, os membros considerados como «um todo»
constituem «a igreja», e não os membros duma congregação local, como no sistema
congregacional. Por isso, «A Igreja Metodista» inclui o metodismo inteiro. A
organização eclesiástica inclui a congregação local, a conferência trimestral e
a Conferência Geral, que se reúne de quatro em quatro anos.
II. As suas doutrinas.
Que
creem os metodistas? Aqueles dos tempos idos criam numa religião do coração.
João Wesley, um dos fundadores, tinha 31 anos de idade, já fora missionário na
nova colônia de Geórgia (hoje o Estado de Geórgia, no sul dos Estados Unidos da
América do Norte) e voltara à Inglaterra um homem desapontado que temia a
morte. Então algo lhe aconteceu. Na sua experiência na Rua Aldersgate, em
Londres, encontrou-se face a face com Jesus Cristo, como nunca antes lhe
acontecera. «Senti que deveras confiava em Cristo, somente em Cristo, pela
minha salvação, e foi-me concedida uma segurança de que ele lavara os meus
pecados, todos eles, e me salvara da lei do pecado e da morte.» Daí em diante,
por meio século, era zeloso e sem temor na sua proclamação do Evangelho. Nem
todos os seus discípulos, entretanto, têm seguido nas suas pegadas.
Os
metodistas creem que uma criança pode ser treinada de tal maneira que nunca
entre na condição de perdida. Cita-se, aqui, do ritual deles, de batismo ou de
aspersão: «Visto que todos os homens, ainda que caídos em Adão, nascem neste
mundo em Cristo o Redentor.» Damos outra citação dum teólogo metodista: «É
possível, logo, que uma criança pode ser treinada e educada na doutrina e
admoestação do Senhor de tal maneira que nunca, conscientemente ou de sua
própria vontade, transgrida a lei de Deus, caso em que certamente entrará na
regeneração e salvação final.» Os metodistas ensinam que um crente em Cristo
pode se perder ou «cair da graça». Um escritor metodista comenta: «Admitimos a
possibilidade de alguém cair da graça e, se não se arrepender, de perecer
eternamente, porém, se se arrepender, pode pela graça de Deus ser restaurado ao
favor divino. Este é o ensino do metodismo pelo mundo inteiro.» O credo
metodista junta as obras à graça e ensina que uma pessoa pode cair da graça e
finalmente ser perdida depois de haver sido salva. Os metodistas substituem o
batismo de imersão pelo de aspersão, ou respingando, ou derramando a água sobre
a cabeça do batizado. E ainda João Wesley, comentando sobre Romanos 6:5,
escreveu em suas Notas Sobre o Novo Testamento: «Referindo-se ao modo antigo de
batizar pela imersão.»
III. Que dizem as Escrituras?
Que
dizem as Escrituras a respeito do pecado, da salvação, do batismo, da igreja?
Acerca
dos pecados
«Pois não há distinção. Porque todos pecaram
e destituídos estão da glória de Deus» (Rom. 3:23).
«Todos nós andamos desgarrados como
ovelhas, cada um se desviava pelo seu próprio caminho; mas o Senhor fez cair
sobre ele a iniquidade de nós todos» (Isaias 53:6).
Acerca
da Salvação
«Porque pela graça sois salvos, por meio
da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que
ninguém se glorie» (Ef. 2:8, 9).
«... quem ouve a minha palavra, e crê
naquele que me enviou, tem a vida eterna» (João 5:24).
Acerca
da Segurança dos Crentes
«Porque estou certo de que, nem a morte,
nem a vida, nem os anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras,
nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura
nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor» (Rom.
8:38, 39).
«Eu lhes dou a vida eterna, e jamais
perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão... ninguém pode arrebatá-las da
mão de meu Pai» (João 10:28,29).
«Eu... sei em quem tenho crido, e estou
certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia» (II
Tim. 1:12).
«Amados, agora somos filhos de Deus» (I
João 3:2).
Acerca
do Batismo
«Batizado que foi Jesus, saiu logo da
água» (Mateus 3:16).
«... desceram ambos à água, tanto Filipe
como o eunuco, e Filipe o batizou. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor
arrebatou a Filipe» (Atos 8:38, 39).
«Fomos, pois, sepultados com ele pelo
batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela
glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida» (Rom.
6:4).
Acerca
de Igrejas e Pastores
«... sobre esta pedra edificarei a minha
igreja, e as portas do Hades não prevalecerão contra ela» (Mateus
16:18).
«De sorte que foram batizados os que
receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas» (Atos
2:41). As igrejas eram constituídas de crentes batizados.
De
mais de cem referências a igrejas no Novo Testamento, quase todas elas eram a
igrejas locais; «Às igrejas da Galácia», «à igreja dos tessalonicenses», «às
igrejas da Macedônia», «à igreja em Corinto», «à igreja em Cesaréia», «às sete
igrejas», «às igrejas da Síria e da Cilicia», «à igreja em Jerusalém», «à
igreja em Antioquia».
As
igrejas do Novo Testamento tinham duas classes de oficiais — pastores e
diáconos. Vede Filipenses 1:1; I Tim. 3. Os pastores eram também chamados de
bispos e presbíteros. Vede Atos 20:17-28. Estes pastores deviam ser escolhidos
pelo Espírito Santo (Atos 20:28; 13:1, 2).
Fonte: Quem São Eles - E.C.
Routh.
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