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Vozes do Pentecoste : Dennis Bennett.

“Enquanto eu falava, tive uma vívida imagem mental de Jesus na cruz. ”
Dennis Bennett (1917-1991) nasceu na Inglaterra, filho de um pastor congregacional. Em 1927, a família migrou para os Estados Unidos. Dennis, então, seguiu as pegadas do pai, e em 1949 foi ordenado pastor na mesma denominação. Depois de pastorear várias comunidades congregacionais nos Estados Unidos, foi ordenado pastor na Igreja episcopal e designado para pastorear a Igreja Episcopal de São Marcos em Van Nuys, Califórnia, em 1953.

Ao observar vários crentes “neopentecostais” em sua igreja, ficou mais interessado a respeito do Espírito Santo. Depois de passar por uma experiência de falar em línguas em 1959, Bennett surpreendeu sua congregação quando na manhã de um domingo anunciou que havia sido batizado no Espírito Santo e que havia falado em línguas. Seu anúncio é atualmente considerado o início do movimento carismático, no qual as igrejas e as denominações principais também começaram a experimentar uma ação mais profunda do Espírito Santo.

Em seu livro autobiográfico intitulado Nine O’clock in the Morning [Nove horas da manhã], 1970, Bennett relata sua experiência de êxtase espiritual, apesar de incomum, quando deparou pela primeira vez com o batismo no Espírito Santo.

Eu acredito que deva ter orado em voz alta por cerca de vinte minutos — pelo menos pareceu ter sido um longo tempo — e estava prestes a levantar quando uma coisa muito estranha aconteceu. Minha língua enrolou, como quando se tenta dizer um trava-língua, e eu comecei a falar em um novo idioma!
Rapidamente reconheci várias coisas: em primeiro lugar, não era uma espécie de truque ou compulsão psicológicos. Não havia nada de compulsivo naquilo [...] era um novo idioma, não uma espécie de “fala de bebê”. Possuía gramática e sintaxe; possuía flexões e expressão e era muito belo [...].
Eu estava falando as palavras do Espírito Santo, não minhas, mas eu as estava falando porque escolhi e do modo que escolhi. Ainda não percebia nada fora do comum; nenhuma grande inspiração espiritual, nenhum calor especial da presença de Deus. Apesar disso, foi interessante e, de alguma forma, revigorante, e assim continuei falando durante vários minutos. Estava prestes a terminar.
João, porém, disse: “Não pare. Continue. Continue a falar”. Provou ser um bom conselho. Eu continuei, permitindo que palavras novas saíssem dos meus lábios e, depois de três ou quatro minutos, comecei a sentir algo novo. Essa língua me era dada de um lugar central em mim onde Deus estava, bem longe da esfera das minhas emoções. Enquanto falava, eu tomava cada vez mais consciência de Deus em mim. As palavras não significavam nada para mim como idioma, mas Deus sabia exatamente o que elas significavam. O Deus que habitava em mim estava criando o idioma.
Eu o falava — dando voz a ele, com a minha vontade —, e eu o fazia para Deus, que era mais do que suficiente em mim. Deus Espírito Santo estava me dando as palavras para falar com Deus Pai, e tudo estava acontecendo por causa de Deus Filho, Jesus Cristo. Enquanto eu falava, tive uma vivida imagem mental de Jesus na cruz.

Fonte: Vozes do Pentecoste - Vinson Synan.

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