Jesus
realizou e ainda realiza milagres, mas eles não representavam estratégias de
publicidade. Ele não precisava nem queria atrair as pessoas somente por causa
dos milagres. Ao contrário, às vezes ele pedia aos discípulos ou àqueles a quem
curava para não contar a ninguém o milagre que ele acabara de realizar. Talvez
outra ilustração possa ajudar. Imagine um homem rico e poderoso, já avançado em
idade e que, dentro de poucos anos, deixará uma herança de milhões para alguém.
Ele tem apenas dois herdeiros em potencial: uma sobrinha e um sobrinho. Estes
dois sempre convidam o tio para jantar em suas casas. Eles procuram agradá-lo
de todas as maneiras, cozinhando para ele e divertindo-se com os casos
engraçados que ele conta. Mas aí está a dúvida do tio: será que estes parentes
jovens realmente apreciam a companhia de um homem velho como ele? Será que ele
ganharia uma almofada para suas costas ou uma segunda fatia da torta feita em
casa se ele fosse tão pobre quanto o sobrinho e a sobrinha? Eles o amam pelo
que ele é ou pelo que ele tem e pelas coisas que seu dinheiro pode comprar?
Este homem quer ser amado pelo que é. Se o amor for autêntico, ele não terá problemas
em compartilhar os seus bens.
Da
mesma forma, Deus quer que nós o amemos pelo que ele é. Por isso, quando Jesus veio
ao mundo, ele abriu mão de toda a glória e o esplendor que lhe pertenciam no
céu. Ele se esvaziou das manifestações exteriores de sua divindade, mas conservou
toda a beleza de sua natureza santa e o seu caráter singular de Filho de Deus. Por
que ele não veio a este mundo numa carruagem cravejada de joias e vestindo
trajes reais? Por que ele nasceu numa estrebaria cheia de esterco de animais no
chão? Por que ele nasceu de uma mãe camponesa? Por que ele foi criado num
vilarejo obscuro, na casa de um pobre carpinteiro? Por que Isaías assim se
referiu a ele: “Foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma
terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele,
nenhuma beleza víamos para que o desejássemos” (Isaías 53.2)? A razão é que
Jesus queria que seus seguidores o amassem pelo que ele era, e não pelo que tinha
ou era capaz de fazer. Se Deus assim desejasse, poderia subjugar-nos,
manipular-nos ou nos coagir com uma demonstração deslumbrante de glória e
onipotência. Até mesmo as pessoas mais perversas tremeriam e se prostrariam
diante de tal demonstração. Mas não é isto o que Deus quer.
A
fé verdadeira não é uma questão de alguém ser convencido por aquilo que os seus
olhos veem, mas por aquilo que o seu coração sente na presença do Senhor. A fé
é a resposta do coração ao caráter e à natureza de Jesus, à parte do seu poder de
fazer milagres. Quando a vista está boa, ela responde à luz; quando o ouvido
está bom, ele responde ao som; e quando o coração está bom, ele responde a Jesus.
E esta resposta é chamada “fé”. Posso fazer uma confissão? Quando eu era
menino, entrei num quarto, ajoelhei-me e pedi a Deus para fazer um milagre. Eu
disse: “Senhor, eu quero que tu mudes esta cadeira deste lado do quarto para o
outro.” Agora, por favor, não riam de mim. Eu estava sendo muito sincero. Eu
pensava que, se pudesse ver um milagre real e autêntico, eu jamais duvidaria. Fico
feliz porque nenhum espírito maligno empurrou aquela cadeira através do quarto.
Daquele tempo até hoje, já amadureci. Eu não preciso de um milagre porque eu
tenho Jesus.
Fonte:
Creia em Milagres, Mas Confie em Jesus - Adrian Rogers.
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