Há
outra área problemática quando se discute os milagres. Há aqueles que dizem que
o evangelismo dos últimos dias requer grandes doses de milagres para convencer
um mundo incrédulo. Eles afirmam que, afinal de contas, ver é crer. Será mesmo
verdade? Em questões de fé, pode ser exatamente o contrário. A beira do túmulo de
Lázaro, Jesus disse a Marta: “Eu não disse que, se você crer, verá a glória de
Deus?” (João 11.40). Ou seja, crer é ver. Apesar disto, ainda há pessoas que
cobram de nós um ministério de milagres. São os defensores do assim chamado “evangelismo
de poder.” Eles afirmam que esta estratégia é indispensável para o avanço do
Evangelho neste mundo indiferente. Eles defendem um Evangelho acompanhado de ações
poderosas, necessárias para convencer os incrédulos da verdade, e para abrir as
portas para as Boas Novas da salvação.
O
método “evangelismo de poder” foi criado na década de 1980 no Seminário Teológico
Fuller, na Califórnia. Ele abrange manifestações como curar, falar em línguas e
expulsar demônios como instrumentos para atrair os incrédulos para o
cristianismo, convencendo-os do poder de Jesus. Peter Wagner escreveu um livro
intitulado The Third Wave of the Holy
Spirit (A terceira onda do Espírito Santo). Ali ele afirma que o Evangelho
acompanhado de ações poderosas “é o que realmente vai abrir a cortina de trevas
para que os perdidos possam ouvir o Evangelho.” Thomas Wang, relator do
movimento Coalisão AD 2000 e Além de Grupos Cristãos Comprometidos com a Evangelização
Mundial, disse que “as circunstâncias exigirão um esforço na busca de poder...
Muitos cristãos naquelas áreas vão contar que a fé cristã os libertou do
domínio de maus espíritos.” Dr. Jerry Rankin, presidente da Junta de Missões Estrangeiras
dos Batistas do Sul dos Estados Unidos, refere-se a lugares como índia, Sri
Lanka, Malásia, Indonésia, Filipinas, Argentina, Uruguai, Brasil e Costa do
Marfim quando declara: “Estou convencido de que as pessoas nestas áreas
dominadas pelo poder de Satanás há tantas gerações não serão transformadas sem
que haja uma extraordinária demonstração do poder de Deus.”
Quero
deixar um ponto bem esclarecido: jamais vou querer ter a pretensão de dizer o
que Deus não vai fazer e, muito menos, o que ele não pode fazer. Ele é Deus e
pode fazer o que bem lhe apraz. Estou convencido de que ele está fazendo
milagres em todos os recantos do mundo, e que os incrédulos estão sendo
mobilizados por estes milagres. Contudo, é preciso tomar algumas precauções na
questão relativa aos milagres e à pregação do Evangelho. Permitam-me sugerir algumas
diretrizes:
Confira os fatos cuidadosamente:
alguns cristãos mostram-se tão ávidos por encontrar alguma coisa que lhes sustente
a fé, ou tão ansiosos por encontrar um método de evangelização, que podem agir
de forma ingênua. Merecem confiança os relatos sobre os milagres? Não tenha
medo de examiná-los com cuidado. Se não podem ser testados, não merecem
confiança.
Confira o direcionamento:
os milagres glorificam a Jesus ou glorificam alguma pessoa ou algum movimento?
Se você os apoia com facilidade, corre o risco de cair no ridículo. Simão, o
mago, e muitos outros sempre desejaram usar o método dos milagres para fazê-los
parecer importantes.
Confira os frutos: as
pessoas estão se arrependendo de seu pecado, confiando em Cristo e se tornando
discípulos do nosso Senhor? Lembrem-se que multidões seguiam a Jesus quando ele
transformou a água em vinho e alimentou os 5 mil. Fica claro, porém, que apenas
um pequeno grupo aproximou-se dele com verdadeiro arrependimento e fé. Seria
interessante fazer um acompanhamento das multidões que são atraídas por causa
dos milagres. No
entanto, quero enfatizar mais uma vez que eu creio que Deus pode fazer milagres
e, de fato, ainda os faz nos dias atuais. Eu quero declarar e confirmar de
todas as maneiras o poder ilimitado de Deus atuar de forma miraculosa na vida de
seus filhos, quando ele julga necessário fazer assim, de acordo com o seu
propósito e a sua glória.
Fonte:
Creia em Milagres, Mas Confie em Jesus - Adrian Rogers.
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