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AS DOUTRINAS DOS SALMOS, parte 3 de 6.

Gostaríamos de discutir algumas doutrinas dos salmos que de uma forma ou de outra se tornaram problemáticas, já desde os primeiros tempos, ou ainda por causa de desenvolvimentos teológicos mais recentes.

E) UNIVERSALISMO.

Existe uma visão universalista saudável e salutar nos salmos ou o povo de Deus está tão preocupado com eles mesmos que seus pensamentos nunca se voltam na direção do que Deus pode significar para as nações ou quais são os seus planos e propósitos para eles? Muito obviamente a verdade que Israel está em uma relação de aliança com Deus recebe a devida atenção e é devidamente apreciado. Nós não precisamos citar nenhuma prova para este fato. Mas, para o verdadeiro israelita, esta singular preferência e bênção única que Israel desfruta não contribuem para o egoísmo e a indiferença para com a sorte e destino das outras nações sobre a face da terra. Da abundância de material que poderia ser citado sob este fato gostaríamos de chamar a atenção para algumas expressões típicas. Em Sl. 66 a nação é exortada a cantar louvores ao Deus que livrou seu povo da escravidão do Egito, fazendo obras poderosas no processo (vv.5-7). Mas a palavra inicial do salmo já convida a terra inteira a participa nesta glorificação a Deus. Novamente, no v. 8, os "povos" são advertidos a louvar o que Deus fez em favor de seu povo. Há implícito o pensamento de que o que Deus fez para o bem de Israel de alguma forma funcionará para o bem das outras nações sobre a face da terra. Portanto, a título de antecipação, eles devem começar a louvar, mesmo antes de se tornar aparente como eles também se beneficiarão com o que foi feito. Uma nota semelhante é registrada em Sl. 67, exceto que a abordagem é o inverso: Deus é convidado a abençoar Israel para que seu "caminho possa ser conhecido na terra, [Seu] poder salvador entre todas as nações". Sl. 100 também pode ser observado neste contexto.

F) A DOUTRINA DO PECADO.

Em nenhuma parte uma doutrina do pecado completamente desenvolvida aparece nos salmos como deve ser óbvia para todos que os leem. Mas há indícios de um sentido profundo do pecado como aparecendo em certos momentos e sob certas circunstâncias. O que está em questão sob este assunto é melhor indicado por referência aos chamados "salmos penitenciais". Estes geralmente incluem os seguintes: Sl 6, 32, 51, 106, 130, 143. Em todos estes salmos não há uma expressa confissão de pecado. No entanto, uma profunda sensação de estar sob a ira de Deus parece ser comum a todos. Há também a convicção de que somente  Deus, contra quem o pecado foi cometido, pode libertar o homem da situação séria em que ele mergulhou. Cada um destes salmos tem algo distintivo sobre ele como a exposição deve tentar mostrar. Único sobre o grupo de salmos como um todo é a maneira pela qual o pecado é visto para trazer um homem sob a ira de Deus. Essa ira é para o salmista uma realidade terrível. A atenção é atraída para este assunto principalmente porque de vez em quando a realidade do pecado e seus resultados condenatórios são tratados com demasiada leveza - um erro que a revelação bíblica, também no saltério, não é culpado.

*Tradução livre by Mazinho Rodrigues.
Fonte: Exposition of the Psalms - Herbert Carl Leupold.

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