Gostaríamos
de discutir algumas doutrinas dos salmos que de uma forma ou de outra se
tornaram problemáticas, já desde os primeiros tempos, ou ainda por causa de
desenvolvimentos teológicos mais recentes.
E) UNIVERSALISMO.
Existe
uma visão universalista saudável e salutar nos salmos ou o povo de Deus está
tão preocupado com eles mesmos que seus pensamentos nunca se voltam na direção
do que Deus pode significar para as nações ou quais são os seus planos e
propósitos para eles? Muito obviamente a verdade que Israel está em uma relação
de aliança com Deus recebe a devida atenção e é devidamente apreciado. Nós não
precisamos citar nenhuma prova para este fato. Mas, para o verdadeiro
israelita, esta singular preferência e bênção única que Israel desfruta não
contribuem para o egoísmo e a indiferença para com a sorte e destino das outras
nações sobre a face da terra. Da abundância de material que poderia ser citado
sob este fato gostaríamos de chamar a atenção para algumas expressões típicas.
Em Sl. 66 a nação é exortada a cantar louvores ao Deus que livrou seu povo da
escravidão do Egito, fazendo obras poderosas no processo (vv.5-7). Mas a
palavra inicial do salmo já convida a terra inteira a participa nesta
glorificação a Deus. Novamente, no v. 8, os "povos"
são advertidos a louvar o que Deus fez em favor de seu povo. Há implícito o
pensamento de que o que Deus fez para o bem de Israel de alguma forma
funcionará para o bem das outras nações sobre a face da terra. Portanto, a
título de antecipação, eles devem começar a louvar, mesmo antes de se tornar
aparente como eles também se beneficiarão com o que foi feito. Uma nota
semelhante é registrada em Sl. 67, exceto que a abordagem é o inverso: Deus é
convidado a abençoar Israel para que seu "caminho
possa ser conhecido na terra, [Seu] poder salvador entre todas as nações".
Sl. 100 também pode ser observado neste contexto.
F) A DOUTRINA DO PECADO.
Em
nenhuma parte uma doutrina do pecado completamente desenvolvida aparece nos
salmos como deve ser óbvia para todos que os leem. Mas há indícios de um
sentido profundo do pecado como aparecendo em certos momentos e sob certas
circunstâncias. O que está em questão sob este assunto é melhor indicado por
referência aos chamados "salmos
penitenciais". Estes geralmente incluem os seguintes: Sl 6, 32, 51, 106,
130, 143. Em todos estes salmos não há uma expressa confissão de pecado. No
entanto, uma profunda sensação de estar sob a ira de Deus parece ser comum a
todos. Há também a convicção de que somente Deus, contra quem o pecado foi cometido, pode
libertar o homem da situação séria em que ele mergulhou. Cada um destes salmos
tem algo distintivo sobre ele como a exposição deve tentar mostrar. Único sobre
o grupo de salmos como um todo é a maneira pela qual o pecado é visto para
trazer um homem sob a ira de Deus. Essa ira é para o salmista uma realidade
terrível. A atenção é atraída para este assunto principalmente porque de vez em
quando a realidade do pecado e seus resultados condenatórios são tratados com
demasiada leveza - um erro que a revelação bíblica, também no saltério, não é
culpado.
*Tradução livre by Mazinho Rodrigues.
Fonte: Exposition
of the Psalms - Herbert Carl Leupold.
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