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AS DOUTRINAS DOS SALMOS, parte 5 de 6.

Gostaríamos de discutir algumas doutrinas dos salmos que de uma forma ou de outra se tornaram problemáticas, já desde os primeiros tempos, ou ainda por causa de desenvolvimentos teológicos mais recentes.

A VIDA APÓS A MORTE.

O que os salmos têm a oferecer sobre este ponto pode revelar-se difícil e decepcionante para o leitor médio quando ele começa a refletir sobre o assunto. A dificuldade é que, de um ponto de vista, as passagens envolvidas parecem indicar que não há esperança após a morte: não há vida futura. Isso naturalmente é decepcionante porque geralmente nos aproximamos do Saltério com a expectativa de que ele é rico em conforto para cada situação, incluindo o conforto da vida após a morte. Aliás, o material envolvido é bastante escasso. Mas passagens como Sl 6: 5 perturbam os homens - "Na morte não há lembrança de Ti, no Seol quem pode te dar louvor?" Isso parece anular a esperança da vida após a morte. Do mesmo tipo são passagens como Sl 88:10; 30: 9; 115: 17. Vários pensamentos devem ser observados ao lidar com esta questão. Em primeiro lugar, deve-se admitir que a revelação referente ao futuro não brilha tanto no Velho Testamento quanto no Novo. Portanto, bem poderia acontecer que, quando a dúvida e a angústia arrastravam a esperança de um homem para baixo, ele expressa pensamentos que nem sempre expressam a esperança normal de Israel. Se essa esperança fosse tão clara quanto a nossa atualmente, seriam feitas declarações bem diferentes. Aparentemente, na passagem citada acima, o escritor estava pensando apenas em termos daquele corpo morto que foi colocado na sepultura diante de seus olhos. Quando estamos assim, não podemos mais nos lembrar de Deus. Tal pessoa morta não pode cantar os louvores de Deus na sepultura. Isso não é tanto uma negação da esperança da vida eterna como um fracasso em ver coisas que não podem ser vistas muito bem mesmo pela fé mais iluminada daqueles dias. Em outras palavras, a dor, por vezes, momentaneamente privou os homens da pouca luz que eles tinham sobre este assunto. Mas a proclamação do triste falecimento nem sempre é a proclamação da fé normal. Mas, felizmente, há nos salmos palavras melhores do que essas. Às vezes os homens lutavam com suas dúvidas e sofrimentos e se apegavam à mão do Senhor e passavam por sua dificuldade com um pronunciamento de fé que, para esse tempo, é francamente assombroso. Um desses casos está registrado em Sl 16: 9-11. Mantendo-se próximo do Senhor e percebendo que Deus não o abandonará se ele não abandonar a Deus, o escritor leva a lógica da fé através de uma conclusão brilhante. Ele antecipa que Deus não pode abandonar seu corpo (v.9). Ele conclui ainda que é contrário à natureza de Deus simplesmente entregar Seu filho ao Seol (v.10). Existe um "caminho da vida" que deve ser a própria antítese do caminho da morte; Há um permanecer na presença de Deus que envolve "plenitude de alegria" e "prazeres para sempre". Esta é a fé do Velho Testamento no futuro, no seu melhor. Similar são as conclusões triunfantes de Sl 73: 23-26. Se todo o Israel no Velho Testamento sempre viveu neste alto nível de esperança é outra questão.

*Tradução livre by Mazinho Rodrigues.
Fonte: Exposition of the Psalms - Herbert Carl Leupold.

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