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QUAL A NATUREZA DO CORPO DE JESUS APÓS A RESSURREIÇÃO?

A Natureza do Corpo de Jesus. Qual a natureza do corpo de Jesus após a ressurreição? É possível descobrir o que se deu na transformação? Aqui temos uma área onde se deve lamentar qualquer tentativa de dogmatismo. O fenômeno inteiro deve ser estudado com reverente cautela. O Dr. W. T. Conner, havendo passado em revista toda a evidência do Novo Testamento em prol da ressurreição de Jesus, declarou enfaticamente: ...na base da evidência dada no Novo Testamento, sustento que a ressurreição de Jesus incluiu a ressurreição do seu corpo dentre os mortos. Mas ele demonstrou um cuidado reverente em discutir a natureza do corpo de Jesus, como fazem outros escritores. Há bastante mistério em torno da natureza do corpo de Jesus após sua ressurreição. Era um corpo tangível: os discípulos viram a Jesus (Marcos 16:14; João 20:18; I Coríntios 9:1 etc.), e ele falou com eles (Mateus 28:18-20; Lucas 24:17,25 ss. etc.). As mulheres que se encontraram com ele no caminho abraçaram-lhe os pés (Mateus 28:9), e, aparentemente, Maria Madalena também o abraçou. Ele convidou Tomé a apalpar o seu corpo (João 20:27). Não há nenhuma evidência de que Tomé o fizesse, porém é mais improvável que Jesus o tivesse convidado a fazê-lo, caso isso não fosse possível. Ele comeu na presença dos discípulos (Lucas 24:42,43). Tudo isso indica que seu corpo era real; ele não era um fantasma.

Seu corpo era transcendente. Tudo quanto foi dito acima não deve ser compreendido como significando que a ressurreição de Jesus foi meramente a restauração do seu corpo à natureza e às funções que ele conhecera antes de sua morte. Não foi meramente uma ressuscitação como a que fora experimentada por Lázaro, pela filha de Jairo ou pelo filho da viúva de Naim. Não foi uma restauração ao plano natural de vida. O corpo de Jesus não estava mais sujeito ao tempo, ao espaço ou a objetos materiais. O Mestre compareceu no cenáculo, onde as portas e janelas estavam cerradas (João 20:19-26). Ele desapareceu da vista dos dois que com ele comeram pão em Emaús, deixando-os maravilhados, porém sumamente felizes (Lucas 24:31). Ele caminhou com eles até Emaús, mas, quando voltaram a Jerusalém para relatar o fato, souberam de mais um aparecimento naquele mesmo dia em Jerusalém (Lucas 24:33,34). Aparentemente, seu corpo foi tão transformado e glorificado que tinha poderes que transcendiam a operação comum das leis no reino material e no nível natural da vida. Uma vez conhecera as limitações de sofrimento e morte. Depois da ressurreição isto não mais aconteceria. Tangível — transcendente!

Naquele aparente paradoxo temos que deixar o fenômeno. Como seu corpo antes da crucificação fora adaptado às necessidades da vida neste mundo, assim seu corpo depois da ressurreição foi adaptado às necessidades do novo plano de vida. A realidade disso é sublime demais para ser compreendida por mentes finitas. Aí o deixaram os escritores do Novo Testamento; aí também nós o teremos que deixar.

Fonte: Ray Summers - A Vida no Além, p.53-54.

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