Termo
usado pelos intérpretes bíblicos para denotar o uso particular que o Novo Testamento
faz do Antigo Testamento. É baseado em certos textos do Novo Testamento, onde
Adão é mencionado como o "tipo", a "figura" daquele que viria
(Rm 5:14). Essa interpretação considera que alguns objetos, pessoas ou eventos
do Antigo Testamento, além de seu significado imediato, contêm outro
significado que vai além de si mesmo, o qual é interpretado teologicamente como
ordenado e arranjado por Deus para significar de antemão uma realidade
conhecida apenas por Deus, desconhecido pelo autor sagrado, que só pode ser
descoberto por uma revelação posterior. De nenhuma maneira isso pode significar
que o sentido típico representa um sentido dos diferentes textos bíblicos do
sentido literal, mas um significado simbólico especial por acordo providencial
está associado com eventos, personalidades e instituições da história judaica
que preparar e definir o avanço e o mistério da salvação em Cristo. Esta
prática é baseada na própria Escritura do Novo Testamento, que, sem dúvida,
remonta ao próprio Jesus. Os autores do Novo Testamento consideram a história e
o texto do Antigo Testamento como "tipo" (1 Co 10: 6-11),
"sombra" (Hebreus 10: 1, Col. 2:17), "alegoria" (Gál. 4:
24), ou mesmo "parábola" (Hebreus 9: 9; 11: 19), da história e
doutrina sobre Cristo. Repetidas vezes nos Evangelhos, Jesus aparece indicando
o cumprimento das Escrituras do Antigo Testamento em sua própria vida e
afirmando que as Escrituras testificam de Jesus (Mt 21: 42; 22: 29; 26: 54; Mc
12 : 24; 14:49; Lc 24: 27; Jo 5: 39; cf. At 10: 43). Isso leva os autores apostólicos
a fazer uma leitura espiritual e simbólica de toda a tradição religiosa que os
precede. Não é uma leitura tipológica formal, mas sim uma leitura analógica.
Analogias são buscadas em pessoas, nomes, eventos e objetos, que servem para
relacionar duas realidades que pertencem a diferentes contextos cronológicos.
Essa era uma prática comum na interpretação judaica da época.
Pode-se
descobrir precedentes no mesmo Antigo Testamento, observando nos profetas a
interpretação tipológica dos eventos do Êxodo e do deserto, a fim de atualizar
o relacionamento primitivo entre Deus e seu povo (ver Is 40-55, Jr 16: 14-15;
31: 31-34; Os 2:17). A cristologia do Novo Testamento procede de maneira
tipológica. Jesus é interpretado em relação tipológica com algumas histórias do
Antigo Testamento, a saber, a pessoa de Jonas no ventre do grande peixe como um
tipo de sua permanência nas entranhas da terra (Mt 12:39); o maná como figura
de Jesus, Pão da Vida (Jo 6); a serpente de bronze, figura antecipada da cruz e
seu efeito salvífico (Nm 21: 8; Jo 3:14); o cordeiro pascal, figura de sua
imolação (Êx 12:46; Jo 19:36). Na saída de Israel do Egito corresponde a saída
do menino Jesus do Egito (Os 11: 1, Mt 2:15).
*Tradução livre by Mazinho
Rodrigues.
Fonte:
Diccionario Manual Bíblico - Alfonso Ropero.
Nenhum comentário:
Postar um comentário