O termo escatologia (gr. eschatos, "último"; logos, "raciocínio"), significando "a teologia das últimas coisas," tem sido usado desde o século XIX para designar a divisão da teologia sistemática que lida com tudo o que era profeticamente futuro na época em que foi escrito, isto é, profecias que já se cumpriram, como também profecias que ainda não se cumpriram. Importantes assuntos de profecia incluem predições com relação a Jesus Cristo, tanto em sua primeira vinda como na segunda, Israel, os gentios, Satanás, cristianismo, os santos de todas as eras, a futura Grande Tribulação, o estado intermediário, a ressurreição dos mortos, o reino milenial, o juízo final e o estado eterno. Estes temas podem ser classificados como a revelação divina do programa quádruplo de Deus para: (1) Israel, (2) os gentios, (3) a igreja e (4) Satanás e seus anjos caídos.
Princípios de Interpretação. O conceito de previsão bíblica dos eventos futuros depende dos princípios interpretativos básicos adotados. Do ponto de vista da ortodoxia histórica, um sistema detalhado da escatologia é impossível sem assumir a autoridade e a exatidão das Escrituras. O liberalismo radical tem negado a possibilidade da previsão do futuro e tem tratado tais trechos das Escrituras como sendo tanto aparentemente proféticos como ilegítimos, expressando meramente a esperança humana, ou, na melhor hipótese, o propósito divino já cumprido. O liberalismo moderado, representado por A. Schweitzer, reconhece que o NT ensinou o final imediato dos séculos, mas sustenta que a profecia não é literalmente cumprida e que ela é apenas um veículo para ensinar um conceito geral da futura salvação divina e o juízo final. Um outro desvio da ortodoxia histórica é a opinião de C. H, Dodd que popularizou a "escatologia realizada", o ensino de que a escatologia é principalmente o propósito divino como foi cumprido na vida de Cristo ao invés de uma predição detalhada dos eventos. Karl Barth, o representativo estudioso neo-ortodoxo, considerou a profecia como uma antecipação da consumação, mas foi incapaz de dar claras particularidades. Estas variedades de interpretação dependem da premissa de que as Escrituras são registros falíveis do passado e incapazes de fazer predições exatas do futuro. Dentro da ortodoxia que aceita a infalibilidade da profecia, existem duas principais escolas de pensamento, que são distinguidas pela extensão em que interpretam a profecia de forma literal. A opinião mais antiga interpreta a profecia com o mesmo grau de literalidade que as demais passagens das Escrituras. Uma opinião posterior usa uma forma dupla de interpretação. Embora seguindo a interpretação literal e gramatical das Escrituras como um todo, ela interpreta a profecia de uma maneira não literal. A aplicação destes dois princípios levou a uma tripla divisão da escatologia ortodoxa. A forma mais antiga e mais literal, de escatologia é a interpretação quiliástica ou pré-milenial, que defende que Cristo reinará na terra por mil anos após sua segunda vinda. O tipo não-literal de interpretação da profecia tornado popular por Agostinho levou a uma forma amilenial de escatologia, que primeiro tornou-se proeminente com Orígenes no século III. Esta opinião interpreta o reino de Deus como um reinado de Cristo nos corações dos crentes entre o primeiro e o segundo advento, e conseqüentemente nega um reinado milenial terreno seguindo o segundo advento. O pós-milenialismo é um derivativo posterior do amilenialismo, freqüentemente creditado a Daniel Whitby (1638-1726), um inglês unitariano. Esta teoria, agora defendida apenas por alguns, interpreta o reinado milenial de Cristo mais literalmente do que o amilenialismo e o considera como os últimos mil anos do período entre a primeira e a segunda vinda de Cristo. Embora freqüentemente confundida com o amilenialismo, ela pode ser distinguida como sendo mais otimista, e até certo ponto mais literal, em sua interpretação, A opinião obtém seu nome do ensino de que Cristo voltará no final do Milênio terreno ou utopia para julgar toda a humanidade. A questão interpretativa mais importante em escatologia, fora a crença na autoridade das Escrituras, é o uso do princípio da interpretação literal. A doutrina mais determinante é se haverá um reinado literal de Cristo na terra depois do segundo advento.
Profecias que dizem respeito a Jesus Cristo. A profecia messiânica é o assunto mais importante do AT, e seu cumprimento é o tema mais proeminente do NT. Cristo deveria nascer como cumprimento da promessa de um Salvador (Gn 3.15), da linhagem de Abraão (Gn 12.1-3), Judá (Gn 49.10) e Davi (2 Sm 7.12,13); Ele deveria nascer em Belém (Mq 5.2; Lc 2.4-7) de uma virgem (Is 7.14; Mt 1.23). Cristo deveria ser um Profeta (Dt 18.15), o Divino Filho de Deus (Is 9.6,7), um Sacerdote (Sl 110.4) e Rei (Zc 9.9). Ele deveria sofrer uma morte vergonhosa na cruz pelos pecados de todo o mundo (Sl 22; Is 53), para ressuscitar dos mortos (Sl 16.10) e ser glorificado (Dn 7.14). Em seu nascimento, vida, morte e ressurreição, que são eventos históricos, muitas profecias foram cumpridas, e foi deixada a seus discípulos a promessa de que Ele voltaria para estabelecer seu reino na terra (Mt 24.3,27-31; 25.31-46; At 1.6,7,10,11; Ap 1.7; 19.11-16).
Profecias que dizem respeito a Israel. Primeiramente anunciado a Abrão (Gn 12.1-3), o programa de Deus para Israel, os descendentes de Jacó, predizia sua continuidade como uma nação para sempre (Gn 17.7; Jr 30.11; 31.35-37), e sua última e permanente posse da terra prometida (Gn 12.7; 13.14,15; 17.8). Israel foi avisada de várias dispersões da terra, e lhe foi prometido um re-agrupamento final (Gn 15.13,14; Dt 28.63-67; 30.1-3; Jr 23.2-8; Ez 39.25-28; Am 9.14,15). O amplo esquema de seu programa profético é dado em Daniel 9.24-27. Os pré-milenialistas esperam um cumprimento literal destas profecias; os amilenialistas encontram um cumprimento não-literal na igreja hoje.
Profecias que dizem respeito aos gentios. O AT está repleto de profecias com relação aos gentios, começando com as predições que dizem respeito a Noé e à sua posteridade (Gn 9.25-27). Muitas profecias posteriores dizem respeito às nações que circundam Israel. De maior importância, porém, é a revelação dada através de Daniel (Dn 2, 7, 8, 11) com relação a quatro impérios: Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma, cobrindo o período chamado por Cristo de "os tempos dos gentios" (Lc 21.24), isto é, o período durante o qual Jerusalém estará sob o domínio gentio começando em 605 a.C. e terminando na segunda vinda de Cristo. Muitos pré-milenialistas acreditam que a parte final do quarto império refira-se a um tempo ainda futuro, que ocorrerá pouco antes do segundo advento.
Princípios de Interpretação. O conceito de previsão bíblica dos eventos futuros depende dos princípios interpretativos básicos adotados. Do ponto de vista da ortodoxia histórica, um sistema detalhado da escatologia é impossível sem assumir a autoridade e a exatidão das Escrituras. O liberalismo radical tem negado a possibilidade da previsão do futuro e tem tratado tais trechos das Escrituras como sendo tanto aparentemente proféticos como ilegítimos, expressando meramente a esperança humana, ou, na melhor hipótese, o propósito divino já cumprido. O liberalismo moderado, representado por A. Schweitzer, reconhece que o NT ensinou o final imediato dos séculos, mas sustenta que a profecia não é literalmente cumprida e que ela é apenas um veículo para ensinar um conceito geral da futura salvação divina e o juízo final. Um outro desvio da ortodoxia histórica é a opinião de C. H, Dodd que popularizou a "escatologia realizada", o ensino de que a escatologia é principalmente o propósito divino como foi cumprido na vida de Cristo ao invés de uma predição detalhada dos eventos. Karl Barth, o representativo estudioso neo-ortodoxo, considerou a profecia como uma antecipação da consumação, mas foi incapaz de dar claras particularidades. Estas variedades de interpretação dependem da premissa de que as Escrituras são registros falíveis do passado e incapazes de fazer predições exatas do futuro. Dentro da ortodoxia que aceita a infalibilidade da profecia, existem duas principais escolas de pensamento, que são distinguidas pela extensão em que interpretam a profecia de forma literal. A opinião mais antiga interpreta a profecia com o mesmo grau de literalidade que as demais passagens das Escrituras. Uma opinião posterior usa uma forma dupla de interpretação. Embora seguindo a interpretação literal e gramatical das Escrituras como um todo, ela interpreta a profecia de uma maneira não literal. A aplicação destes dois princípios levou a uma tripla divisão da escatologia ortodoxa. A forma mais antiga e mais literal, de escatologia é a interpretação quiliástica ou pré-milenial, que defende que Cristo reinará na terra por mil anos após sua segunda vinda. O tipo não-literal de interpretação da profecia tornado popular por Agostinho levou a uma forma amilenial de escatologia, que primeiro tornou-se proeminente com Orígenes no século III. Esta opinião interpreta o reino de Deus como um reinado de Cristo nos corações dos crentes entre o primeiro e o segundo advento, e conseqüentemente nega um reinado milenial terreno seguindo o segundo advento. O pós-milenialismo é um derivativo posterior do amilenialismo, freqüentemente creditado a Daniel Whitby (1638-1726), um inglês unitariano. Esta teoria, agora defendida apenas por alguns, interpreta o reinado milenial de Cristo mais literalmente do que o amilenialismo e o considera como os últimos mil anos do período entre a primeira e a segunda vinda de Cristo. Embora freqüentemente confundida com o amilenialismo, ela pode ser distinguida como sendo mais otimista, e até certo ponto mais literal, em sua interpretação, A opinião obtém seu nome do ensino de que Cristo voltará no final do Milênio terreno ou utopia para julgar toda a humanidade. A questão interpretativa mais importante em escatologia, fora a crença na autoridade das Escrituras, é o uso do princípio da interpretação literal. A doutrina mais determinante é se haverá um reinado literal de Cristo na terra depois do segundo advento.
Profecias que dizem respeito a Jesus Cristo. A profecia messiânica é o assunto mais importante do AT, e seu cumprimento é o tema mais proeminente do NT. Cristo deveria nascer como cumprimento da promessa de um Salvador (Gn 3.15), da linhagem de Abraão (Gn 12.1-3), Judá (Gn 49.10) e Davi (2 Sm 7.12,13); Ele deveria nascer em Belém (Mq 5.2; Lc 2.4-7) de uma virgem (Is 7.14; Mt 1.23). Cristo deveria ser um Profeta (Dt 18.15), o Divino Filho de Deus (Is 9.6,7), um Sacerdote (Sl 110.4) e Rei (Zc 9.9). Ele deveria sofrer uma morte vergonhosa na cruz pelos pecados de todo o mundo (Sl 22; Is 53), para ressuscitar dos mortos (Sl 16.10) e ser glorificado (Dn 7.14). Em seu nascimento, vida, morte e ressurreição, que são eventos históricos, muitas profecias foram cumpridas, e foi deixada a seus discípulos a promessa de que Ele voltaria para estabelecer seu reino na terra (Mt 24.3,27-31; 25.31-46; At 1.6,7,10,11; Ap 1.7; 19.11-16).
Profecias que dizem respeito a Israel. Primeiramente anunciado a Abrão (Gn 12.1-3), o programa de Deus para Israel, os descendentes de Jacó, predizia sua continuidade como uma nação para sempre (Gn 17.7; Jr 30.11; 31.35-37), e sua última e permanente posse da terra prometida (Gn 12.7; 13.14,15; 17.8). Israel foi avisada de várias dispersões da terra, e lhe foi prometido um re-agrupamento final (Gn 15.13,14; Dt 28.63-67; 30.1-3; Jr 23.2-8; Ez 39.25-28; Am 9.14,15). O amplo esquema de seu programa profético é dado em Daniel 9.24-27. Os pré-milenialistas esperam um cumprimento literal destas profecias; os amilenialistas encontram um cumprimento não-literal na igreja hoje.
Profecias que dizem respeito aos gentios. O AT está repleto de profecias com relação aos gentios, começando com as predições que dizem respeito a Noé e à sua posteridade (Gn 9.25-27). Muitas profecias posteriores dizem respeito às nações que circundam Israel. De maior importância, porém, é a revelação dada através de Daniel (Dn 2, 7, 8, 11) com relação a quatro impérios: Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma, cobrindo o período chamado por Cristo de "os tempos dos gentios" (Lc 21.24), isto é, o período durante o qual Jerusalém estará sob o domínio gentio começando em 605 a.C. e terminando na segunda vinda de Cristo. Muitos pré-milenialistas acreditam que a parte final do quarto império refira-se a um tempo ainda futuro, que ocorrerá pouco antes do segundo advento.
Profecias que dizem respeito à igreja. O programa divino para a era presente, anunciado por Cristo (Mt 16.18), é a convocação de um corpo de santos composto tanto por judeus como por gentios (Ef 2.11-16; 3.6) para formar a igreja (q.v.). Há várias figuras relacionadas a Cristo, tais como a vinha e os ramos (Jo 15), o corpo (Ef 1.22,23) e a noiva (2 Co 11.2; Ef 5.23-32), a igreja estará completa em seu arrebatamento para o céu (Jo 14.3; 1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.13-17). Os pré-tribulacionistas consideram que o arrebatamento deverá ocorrer aproximadamente sete anos antes da segunda vinda de Cristo (Dn 9.27); os pós-tribulacionistas consideram-no como uma fase da segunda vinda. Os membros da igreja que estiverem vivos nesta ocasião serão trasladados, isto é, receberão corpos celestiais no arrebatamento, e nesta ocasião os mortos em Cristo também serão ressuscitados. Galardões serão dados à igreja após o arrebatamento (1 Co 3.11-15; 2 Co 5.10,11), e a igreja estará com o Senhor para sempre (1 Ts 4.17). Os amilenialistas consideram o arrebatamento e a ressurreição como ocorrendo no segundo advento e como incluindo todos os homens, para ser seguido do estado eterno, no qual os salvos serão abençoados e os não salvos serão punidos.
O estado intermediário. Os teólogos ortodoxos defendem que após a morte todos os homens vão para um estado intermediário, de tormento para os não salvos e de alegria para os salvos, aguardando a ressurreição e o juízo futuros (Lc 16.19-31; 23.39-43; 2 Co 5.8; Fp 1.23; Ap 6.9-11; 7.9-17).
O reino milenial. De acordo com a opinião pré-milenial, Cristo reinará em pessoa na terra por 1.000 anos depois do seu segundo advento. Satanás será amarrado e tornado inoperante (Ap 20.1-3). O período será uma era de ouro no qual a justiça e a paz abundarão, a guerra será banida, e a prosperidade nos âmbitos espiritual, econômico e político será mundial (Sl 72; Is 2.2-4; 11.2-12; 65.17-66.24; Jr 23.2-8; 31.1-14,31-34; 33.14-18; Am 9.11-15). No final do Milênio, Satanás será novamente solto, e ganhará um grande número de seguidores que serão destruídos por um juízo de fogo dos céus (Ap 20.7-10). Os amilenialistas consideram estas profecias como tendo sido cumpridas na era presente.
O juízo final. De acordo com as Escrituras, todos os homens serão julgados (2 Tm 4.1; Hb 9.27). Os amilenialistas consideram este como um único evento relacionado ao segundo advento. Os pré-milenialistas consideram o juízo final como uma série de eventos, começando com o julgamento dos justos antes do Milênio, e terminando com o julgamento dos ímpios e de Satanás no final do Milênio (1 Co 3.11-16; 2 Co 5.10; Ap 20.4-6,9-15). O destino final dos ímpios é o lago de fogo.
O estado eterno. Descrito em Apocalipse 21— 22, o local do estado eterno é um novo céu e uma nova terra na qual está situada a Nova Jerusalém. A cidade celestial é retratada como um lugar de grande beleza, amplamente construída com pedras preciosas, o lugar da habitação de Deus como também dos santos de todas as eras.
O estado intermediário. Os teólogos ortodoxos defendem que após a morte todos os homens vão para um estado intermediário, de tormento para os não salvos e de alegria para os salvos, aguardando a ressurreição e o juízo futuros (Lc 16.19-31; 23.39-43; 2 Co 5.8; Fp 1.23; Ap 6.9-11; 7.9-17).
O reino milenial. De acordo com a opinião pré-milenial, Cristo reinará em pessoa na terra por 1.000 anos depois do seu segundo advento. Satanás será amarrado e tornado inoperante (Ap 20.1-3). O período será uma era de ouro no qual a justiça e a paz abundarão, a guerra será banida, e a prosperidade nos âmbitos espiritual, econômico e político será mundial (Sl 72; Is 2.2-4; 11.2-12; 65.17-66.24; Jr 23.2-8; 31.1-14,31-34; 33.14-18; Am 9.11-15). No final do Milênio, Satanás será novamente solto, e ganhará um grande número de seguidores que serão destruídos por um juízo de fogo dos céus (Ap 20.7-10). Os amilenialistas consideram estas profecias como tendo sido cumpridas na era presente.
O juízo final. De acordo com as Escrituras, todos os homens serão julgados (2 Tm 4.1; Hb 9.27). Os amilenialistas consideram este como um único evento relacionado ao segundo advento. Os pré-milenialistas consideram o juízo final como uma série de eventos, começando com o julgamento dos justos antes do Milênio, e terminando com o julgamento dos ímpios e de Satanás no final do Milênio (1 Co 3.11-16; 2 Co 5.10; Ap 20.4-6,9-15). O destino final dos ímpios é o lago de fogo.
O estado eterno. Descrito em Apocalipse 21— 22, o local do estado eterno é um novo céu e uma nova terra na qual está situada a Nova Jerusalém. A cidade celestial é retratada como um lugar de grande beleza, amplamente construída com pedras preciosas, o lugar da habitação de Deus como também dos santos de todas as eras.
Tomada como um todo, a escatologia é o clímax da revelação divina, a grande culminação de todo o programa de Deus para os séculos, e a razão principal da criação do mundo material. Nela os propósitos eternos de Deus para a humanidade serão cumpridos com grandes bênçãos para todos os santos.
Fonte: Dicionário Bíblico Wycliffe
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