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Seis aspectos do evangelho são dignos de nota - 1 Co 15.1-5

1.     0 evangelho é cristológico. O centro da mensagem cristã é que "Cristo morreu pelos nossos pecados...[e] ressuscitou ao terceiro dia". 0 evangelho não está limitado a estes acontecimentos, mas eles são sua verdade prioritária, a primeira coisa que ele recebeu e que tem o cuidado de transmitir (versículo 3). 0 evangelho não pode ser pregado se Cristo não for pregado, e o Cristo autêntico não é proclamado se sua morte e ressurreição não forem centrais.
2.     0 evangelho é bíblico. 0 Cristo que Paulo proclamava era o Cristo bíblico, que morreu por nossos pecados "segundo as Escrituras" (versículo 3). Que "Escrituras" do Antigo Testamento Paulo tinha em mente, isso ele não diz aqui; mas sem dúvida elas teriam incluído aquelas que Jesus usou quando "explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras" (Lc 2425-27; 44-46), as que Pedro usou no dia de Pentecostes (At 2.25-31), e notadamente o Salmo 22 e Isaías 53. Para os primeiros evangelistas cristãos, era de suma importância o fato de que a morte e a ressurreição de Jesus foram confirmadas por duas testemunhas: os profetas e os apóstolos ou, como diríamos, o Antigo Testamento e o Novo Testamento.
3.     O evangelho é histórico. Precisamos notar as referências, tanto ao sepultamento de Jesus como às suas aparições, pois o sepultamento atestava a realidade da sua morte (já que enterramos os mortos, não os vivos), enquanto que as aparições testificavam da realidade da sua ressurreição. Além do mais, o que re-surgiu é aquilo que foi escondido, enterrado. Em outras palavras, o que foi ressuscitado e transformado foi o corpo de Cristo. Além disso, a ressurreição é um evento histórico possível de ser datado, uma vez que ela ocorreu "no terceiro dia".
4.     0 evangelho é teológico. A morte e a ressurreição de Jesus não foram apenas acontecimentos históricos; elas têm um significado teológico ou resgatador. Ele não apenas morreu, mas "morreu pelos nossos pecados". Como pecado e morte estão relacionados um com o outro no decorrer das Escrituras como sendo uma ofensa e sua devida recompensa, e como Jesus mesmo não cometeu pecado algum pelo qual necessitasse morrer, ele deve ter morrido por nossos pecados. Os pecados eram nossos, mas a morte foi dele. Ele morreu a nossa morte. Ele sofreu nosso castigo. Só assim poderíamos "ser salvos" (versículo 2). Isso aponta claramente para a natureza substitutiva da cruz.
5.     0 evangelho é apostólico. Isso significa que é uma parte essencial da mensagem autêntica recebida e transmitida pelos apóstolos. Faz parte da tradição apostólica. No versículo 11 Paulo conclui: "Portanto, quer tenha sido eu, quer tenham sido eles, é isto que pregamos, e é isto que vocês creram". Esse amontoado de pronomes pessoais (eu, eles, nós, vocês) é deveras impressionante. Indica uma unidade de fé entre Paulo e os Doze, e entre os apóstolos e a igreja, até mesmo entre a primeira geração de crentes e todas as subseqüentes.
6.     0 evangelho é pessoal. Isto é, a morte e a ressurreição de Jesus não são apenas história e teologia, mas são o caminho da salvação individual. Os coríntios o receberam, decidiram-se por ele e foram salvos por ele, conquanto se mantivessem firmemente apegados a ele (versículos 1-2).

Fonte:John Stott – A Verdade do Evangelho.

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