"Os
cegos vêem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem,
os mortos são ressuscitados e as boas novas são pregadas aos pobres" (Lc
7.22 NVI)
Jesus não era médico, mas curava. As curas por
ele realizadas eram incontestáveis. Ele tinha autoridade própria para curar.
Tanto quanto para perdoar pecados (Lc 5.24). Foram tantas as curas operadas por
Jesus que ele deve ter varrido a doença de Israel e aumentado em muito a
expectativa de vida em seu tempo.
Um apanhado das doenças curadas por Jesus
incluiria cegueira, surdez, gaguez, mudez, paralisia, coxeadura, hidropsia,
doenças da pele (lepra), hemorragia, problemas de coluna, febre e distúrbios
mentais ocasionados ou não por possessões demoníacas. Mas a lista não é
completa nem poderia ser por causa da quantidade enorme de curas, muitas delas
não especificadas.
Alguns casos são dramáticos. A mulher encurvada
esteve assim por dezoito longos anos, o que significa um terço de vida de uma
mulher do Zaire ou pouco mais de um quarto de vida de uma mulher brasileira.
Ela "estava inteiramente recurvada e não podia de modo algum levantar a
cabeça" (Lc 13.11 em A Bíblia de Jerusalém). A mulher que sofria de uma
hemorragia incurável de doze anos e que gastara inutilmente com os médicos toda
a sua fortuna, foi por Jesus curada por um ligeiro toque (Lc 8.43-48). O jovem
possesso de espírito imundo era muitas vezes
lançado ora na água ora no fogo para morrer, e isto desde a infância,
até ser curado por Jesus (Mc 9.14-30). O geraseno era um caso perdido – sempre
desnudo, exótico e violento. Depois de curado, porém, foi achado vestido,
calmo, atencioso, educado e em perfeito juízo (Mc 5.1-18). O paralítico que
estava junto ao tanque de Betesda vivia naquele estado durante trinta e oito
anos (Jo 5.1-15).
Jesus curava homens e mulheres, jovens e adultos
(não há menção de crianças), doenças adquiridas ou de nascença, e enfermidades
de pequena ou grande duração. Não é possível conhecer o número de curas
operadas por Jesus. O critério adotado por João, por exemplo, era fazer uma
seleção de todas as coisas realizadas por Jesus, porque se cada uma delas fosse
escrita não haveria espaço suficiente para os livros que seriam escritos (Jo
21.25). Ele não curou apenas os dois cegos de Cafamaum (Mt 9.27-31), o
endemoninhado cego e mudo (Mt 12.22), os dois cegos de Jericó (Mt 20.30), o
cego de Betsaida (Mc 8.22-26) e o cego de nascença (Jo 9.1-12). Jesus curou
muitos outros cegos em diferentes ocasiões, cujas histórias não são contadas
(Mt 15.30, 21.14, Lc 7.21).
Além de curar, Jesus ressuscitava mortos. Ele
mandou este recado para João Batista: "Os mortos são ressuscitados" (Lc
7.22). A esta altura, porém, só se sabia de uma ressurreição: a do filho da
viúva de Naim. Tem-se notícia de três: a ressurreição de uma adolescente de
doze anos que tinha acabado de morrer (Lc 8.49-56), a ressurreição de um rapaz
cujo corpo estava sendo conduzido para a sepultura (Lc 7.11-17) e a
ressurreição de um homem chamado Lázaro, cujo corpo, já sepultado havia quatro
dias, cheirava mal (Jo 11.1-46). Os dois primeiros eram filhos únicos. É muito
interessante observar a idade progressiva de cada um deles (um adolescente, um
jovem e um adulto), o tempo decorrido entre a morte e a ressurreição e o local
das ressurreições (em casa de Jairo, a caminho do cemitério e no cemitério).
Sem dúvida a intenção dos escritores sagrados é mostrar que Jesus tem poder
sobre a morte, não importa a duração dela. Afinal ele disse; "Eu sou a
ressurreição e a vida" (Jo 11.25).
Jesus não fazia uso de uma fórmula certa e
rotineira para efetuar curas. Ele se apresentava livre de qualquer cerimonial
rígido para curar. Sobre alguns ele impunha as mãos (Lc 4.40,13.13). Sobre
outros, apenas tocava (Lc 5.13) ou deixava-se tocar (Lc 8.14). Alguns foram
curados em sua presença (Lc 6.10). Outros, à distância (Mc 7.30). Alguns foram
curados apenas com uma palavra (Mt 8.5-13). Outros tinham que fazer antes
alguma coisa ordenada por ele (Lc 17.14). Não há nenhuma menção à unção com
óleo da parte de Jesus, embora os doze tenham dela feito uso (Mc 6.13). Em dois
casos, Jesus usou a sua própria saliva para curar (Mc 7.33; 8.23).
Alguns eram curados publicamente (Lc 5.17-26).
Outros eram afastados das multidões para ser curados (Mc 8.22). A fé na divindade
de Jesus, ou no seu poder de curar, ou na sua capacidade de amar e de
condoer-se dos que sofrem está quase sempre presente e é elogiada. Mas não é
necessariamente a fé do enfermo (Mt 9.22). Em muitos casos é a fé dos pais (Mt
15.28), a fé dos amigos (Lc 5.20) ou a fé de algum superior (Lc 7.9). Nas curas
do endemoninhado de Cafamaum (Lc 4.31-37) e do endemoninhado geraseno (Lc
8.26-34), os evangelhos não registram a existência de fé, seja de quem for.
Fonte: Não Perca Jesus de Vista! - Elben M. Lenz César.
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