Jesus foi por
toda a Galitéia, ensinando nas sinagogas deles, pregando as boas novas do Reino
e curando todas as enfermidades e doenças entre o povo. Mateus 4 .2-3.
Os autores dos Evangelhos descrevem o ministério
de Jesus como sendo triplo : ensino, pregação e cura. O ensino e a pregação não
são difíceis de entender ou imitar. Mas como devemos compreender o ministério
de cura?
Talvez
possamos começar afirmando a excelência da criação de Deus. Isso para dizer que a doença não era parte da intenção
original de Deus para o mundo, nem tampouco será parte de seu propósito final.
No novo universo não haverá doença, nem dor, nem morte, nem lágrimas (Ap 21.4).
Como a enfermidade e a morte são intrusos estranhos no mundo bom de Deus,
médicos e enfermeiros estão certos em declarar guerra contra eles. Além disso,
toda cura é divina, uma vez que Deus colocou no coração humano processos terapêuticos
extraordinários. Por exemplo, tão logo uma infecção aparece, anticorpos são
criados para combatê-la. É essa convicção que levou Ambroise Paré, o médico
huguenote, a dizer: "Eu vesti a ferida, mas Deus a curou". As palavras
estão inscritas na parede da École de Médicine em Paris.
Os
Evangelhos deixam claro, no entanto, que o ministério de cura de Jesus pertenceu
a uma ordem diferente. Assim
como transformar água em vinho, multiplicar pães e peixes, e andar sobre as
águas, as curas de Jesus foram demonstrações sobrenaturais do reino de Deus.
Ao
tentar entendê-las, seremos sábios em evitar extremos opostos. Por um lado, seria absurdo colocar o Criador em
uma camisa de força e declarar que milagres não podem acontecer e não acontecem.
Por outro lado, não temos liberdade de dizer (como alguns dizem) que fazer
milagres é normal na vida cristã. Seja como for que venhamos a defini-los,
milagres certamente pertencem não à ordem natural, mas à ordem sobrenatural das
coisas. Se afirmamos ser capazes de curar os enfermos como Jesus, precisamos
nos lembrar de que ele curou sem uso de meios médicos nem cirúrgicos, sem
demora, sem diploma e sem moderação, mas imediata, completa e permanentemente,
e que mesmo testemunhas oculares que lhe eram hostis disseram: "Não
podemos negar" (At 4.16).
Para saber
mais: Atos 4.8-16
Fonte: A Bíblia Toda, O Ano Todo - John Stott.
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