O Ponto de Vista do Modernismo
sobre a Bíblia
De
acordo com o Modernismo ou Nova Teologia, as Escrituras são o que se segue:
(a) A Bíblia não é uma revelação de Deus. Não foi
dada sobrenaturalmente. Sua origem é subjetiva, não objetiva nem sobrenatural; ou
como se tem dito às vezes: Ela procedeu de dentro, do homem; não veio de cima,
de Deus.
(b) Não tem mais autoridade do que qualquer outra
literatura humana.
(c) É essencialmente um registro da experiência
humana. Expressa as convicções que os homens têm entretido, em várias épocas sobre
as questões religiosas que os interessavam. Em certas porções, nem história ela
é; mas transmite histórias tecidas pela mente dos antigos hebreus em torno de
certos acontecimentos, ou apresenta explicações que os antigos deram a certos
fenômenos naturais.
(d) Não tem finalidade alguma; o que parecia
verdadeiro aos homens de certa época é obsoleto em outras épocas e é desbancado
por novas concepções e convicções. O seu valor principal é testificar quanto ao
progresso das crenças humanas, grosseiras nas eras primitivas, mas que foram
avançando à proporção que os homens se tornavam mais sábios e experientes. É
valiosa como uma história de pensamento religioso, mas não deve ser considerada
como expressão da verdade certa e imutável.
(e) Não é uma regra infalível de fé e prática; mas o
homem pode encontrar nela muitas coisas boas que se recomendam à sua aceitação.
(f) Os milagres que ela narra apresentam apenas a
interpretação que uma época atrasada e supersticiosa dava a certos acontecimentos.
(g) Suas profecias não são predições, mas expressão
das mais elevadas aspirações e anseios de idealistas, as quais, com o correr do
tempo e com o progresso da raça humana, vieram a se cumprir até certo ponto.
(h) As Escrituras não são essenciais ao Cristianismo,
uma vez que este é mais vida e serviço do que crença; mas são valiosas como registro
do progresso humano nas idéias religiosas. Alguns modernistas chegam ao ponto
de aconselhar o abandono das Escrituras como base do Cristianismo, considerando
as concepções bíblicas como um empecilho para a fé e um impedimento para o
progresso.
(i) Os sacrifícios e holocaustos da narrativa
bíblica, em uso desde os dias de Adão e incorporados por Moisés, com a sanção
divina, no código religioso de Israel, são consideradas como resquícias do Paganismo,
que Deus tolerou em sua condescendência para com a fraqueza e ignorância
humanas, mas que, com o avanço das idéias religiosas, depois de terem sido
denunciadas pelos profetas mais adiantados, foram afinal lançadas ao abandono
como sem valor e perniciosos. De acordo com este modo de ver, não havia nem
tipo nem profecia nos ritos e cerimônias de Israel.
(j) No modernismo, nada é fixo; tudo é móvel e
alterável. A isto dão o nome de “progresso”. Todas as crenças fixas são
estigmatizadas como “estáticas”, ao passo que a humanidade está sempre
marchando, renunciando ao passado errôneo e pueril e avançando, em incessantes mutações,
para o novo e desconhecido. Evidentemente, a tábua de multiplicar logo será
obsoleta e os pesos e medidas mudarão o seu valor, e nada será verdadeiro
depois de decorridos dez anos.
(k)
Afirmações que as Escrituras fazem como sendo fatos, são consideradas como
meramente simbológicas e não como literalmente verdadeiras. Entre tais
declarações se encontram o nascimento virginal de Cristo, sua ressurreição e
ascenção e sua segunda vinda.
Resposta ao Ponto de Vista
Modernista sobre a Bíblia
O
Modernismo destrói a Bíblia como testemunha digna de crédito e confiança.
Aquele que examina a Bíblia, logo há de notar que ela ensina o fato da criação,
faz profecias preditivas, afirma a divindade de Cristo, ensina a morte vicária
e expiratória; e que apresenta tais doutrinas como fundamentais; o modernista
destrói tudo isto por considerar a Bíblia o simples registro de opiniões que
passam, quase todas já superadas pelo progresso do pensamento humano. Ela não é
testemunho em favor da verdade sobrenaturalmente revelada, mas apenas o
testemunho em favor daquilo que os homens supunham fosse à verdade ou daquilo
que foi aceito como verdade nos seus dias. Essa é uma maneira assaz eficiente
de destruir o testemunho das Escrituras.
(a)
Este
não é o conceito que a Bíblia faz de si mesma, uma vez que repetidamente
declara: “Assim diz o Senhor”. O ponto de vista modernista só pode ser aceito
se se admitir a absoluta falsidade dos escritores da Bíblia, ou pelo menos, que
tiveram uma concepção completamente errada que raia pela falsidade. A não ser
que estejamos dispostos a adotar um ponto de vista extremado em relação à veracidade
desses escritores, não podemos aceitar a teoria do modernismo.
(b)
Este
não é o ponto de vista de Jesus Cristo, que disse: “Até que o céu e a terra
passem, nem um jota ou um til se omitirá da leí, sem que tudo seja cumprido”
(Mat. 5; 18); e ainda: “As Escrituras não podem falhar” (João 10:35).
(c)
Este
não tem sido o ponto de vista da Igreja através dos séculos, nem da multidão de
crentes devotos que têm aceitado os seus ensinos e confiado nas suas promessas,
como sendo a Palavra de Deus.
(d) Ninguém que considere devidamente a
razoabilidade da cosmologia bíblica, que observe a correspondência entre os
tipos e os antítipos, que medite no fato de suas profecias preditivas e que
aceite a autoridade de Jesus Cristo, pode aceitar o ponto de vista modernista.
(e) “O modernismo é uma religião semelhante
ao bicho da seda, em que o homem tece a salvação, tirando-a de si mesmo” —
Strong.
Fonte:
Compêndio de Teologia Sistemática - David S. Clark.
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