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Escatologia: A Morte.

A Bíblia considera a morte do ponto de vista do pecado. É a penalidade do pecado. Deus disse a Adão que, se ele comesse do fruto proibido, certamente morreria (Gên. 2:17). Paulo escreveu que “ por um homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte” (Rom. 5:12). E, em outro lugar, disse que “ o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). Este é o aspecto moral e espiritual da morte. Mas, que é morte? Para responder a isto, diversos esclarecimentos têm que ser feitos.

1. Morte física.

A morte física é a porta pela qual passamos para a eternidade. É a separação do espirito, ou alma, do corpo. Quando o corpo cessa as suas funções, dizemos que a alma partiu e a pessoa está morta.

2. Morte espiritual.

Morte espiritual é a separação entre a alma e Deus. Assim é que o Novo Testamento fala das pessoas não regeneradas como mortas em delitos e pecados (veja-se Ef. 2:1, 6; Col. 2:13). Uma boa ilustração disto, temo-la na Parábola do Filho Pródigo (Lucas 15). O filho saiu para longe de casa, fora do alcance do pai. Rebelou-se contra o amor do pai e o governo do lar. E o pai disse que o seu filho, assim dele afastado, estava morto. Entremos num recinto onde se acha um homem morto. Apertamos-lhe a mão e ele não responde. Falamos-lhe e ele não ouve. Se nos colocarmos perante ele, não nos verá. Pomos-lhe um pouco de comida na boca, mas ele não a prova nem sente. Pomos-lhe uma flor perfumada junto do nariz, mas ele nada sente. Nada diz a qualquer que dele se aproxime. Está morto. Dizemos então que o espirito do homem deixou o corpo. Isto é morte física. A morte espiritual é semelhante a esta. Neste caso, a alma separa-se de Deus. Pregamos o evangelho a um homem que está morto em seus pecados, mas ele não ouve. Estendemos-lhe a mão de fraternidade cristã, mas ele não corresponde. Oferecemos-lhe o pão da vida, mas ele nem sequer o prova. Apresentamos-lhe o Salvador, mas ele não o vê. Não corresponde ao apelo do evangelho. Está morto — espiritualmente morto. O Espirito de Deus não está nele.

3. Morte eterna.

A morte espiritual torna-se morte eterna quando a alma não redimida deixa o corpo. Enquanto estava no corpo, tinha a oportunidade de abandonar a atitude pecaminosa de rebelião e de ser salva por Cristo. Mas depois da morte aquela atitude toma-se permanente. A separação entre alma e Deus, que começou aqui, continua lá. A rebelião contra Deus, que é pertinaz aqui, lá é final.

4. A morte física para o cristão.

A alma que confia em Cristo é vivificada e a morte espiritual é para ela abolida. O terror da morte física para o não salvo é que ela é a porta da morte eterna. A alma passa para as trevas eternas, para sempre afastada da luz que emana de Deus. O homem redimido tem que passar pela morte (salvo se Cristo voltar durante a sua vida terrestre), mas para ele a morte foi transformada. Ela era antes uma expectativa terrível, até que Cristo veio à sua vida, mas agora ele a encara como justamente é: a porta de entrada para uma vida eterna, mais rica e mais bela. A razão por que Jesus sofreu a agonia e o terror da morte reside no fato de ele estar sofrendo a morte em lugar do pecador. Paulo olhava para a sua morte, suspirando por ela, porque Cristo tirara à morte do crente o estigma do pecado. A morte para ele era a oportunidade de entrar para a plena presença de Cristo.

A graça de Deus é dada ao Cristão de acordo com as suas necessidades, sua oração por ela e sua confiança nela. Enquanto goza pleno vigor físico, talvez pense pouco na morte, mas quando vier a enfermidade e sentir que a morte se aproxima, Deus lhe dará força e graça necessárias para o solene momento. Todavia, a morte pode vir em um momento repentino, por um desastre ou uma doença fulminante, e o verdadeiro crente deve estar sempre pronto para ela. Então a morte será para ele uma entrada gloriosa à presença de Cristo.


Fonte: Nossas Doutrinas - H.W. Tribble.

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