A alma
passa, através da morte, a um estado de existência comparável em alguns aspectos
ao estado da alma aqui. A atitude para com Deus é formada aqui mesmo. Se ela é
incrédula aqui, será incrédula no além. O estado intermediário, num sentido, é
provisório, mas também é permanente. É provisório porque é preliminar à
ressurreição e ao julgamento final. E é final, porque a disposição da alma para
com Deus já está fixada.
É existência incorpórea, mas consciente.
A alma
deixa o corpo e vai para uma esfera espiritual, enquanto o corpo baixa à terra.
O espírito do homem continua a viver, enquanto o corpo se decompõe. Uma vez que
é uma existência sem corpo, falamos dela como sendo um estado, e não como um
lugar. Minha alma agora habita no meu corpo — isto é um lugar. Minha alma está
em paz com Deus — isto é um estado. Mas não podemos conceber a ideia de uma alma,
uma entidade viva, sair do corpo sem ir para algum lugar. Isto acontece porque
somente podemos pensar em termos de espaço e tempo. Não obstante, podemos
concordar em que a alma vai para a esfera do espírito, onde esperará a
ressurreição, quando lhe será dado o seu corpo ressurgido. No estado
intermediário, a alma é consciente. Continua depois da morte como uma pessoa
consciente. Na parábola que Jesus contou, “ havia um homem rico”, cuja atividade
consciente é frisada. O homem rico lembra-se dos seus irmãos ainda vivos em
casa e intercede por eles.
Um estado duplo.
Há no
estado intermediário uma separação entre os remidos e os perdidos. O termo
bíblico para designar o estado geral dos espíritos desencarnados é “ hades”.
Dentro do hades, os espíritos dos remidos vivem em um estado de bendita comunhão
com Deus, enquanto que os ímpios ou não convertidos continuam em miserável
separação de Deus. Entre eles há um grande e intransponível abismo. Uma vez que
uma pessoa chegue ali não poderá jamais mudar o seu estado. Nem poderá alguém
deste mundo mudá-lo em seu favor, apesar de haver muitos que pretendem fazê-lo.
Não é fato, que aqui mesmo o regenerado e o não regenerado vivem em esferas
diferentes? O cristão vive para Cristo e a salvação do seu próximo. Focaliza a
sua mente nas coisas do reino de Deus. O perdido, que pode viver mesmo às
portas do cristão, vive numa esfera tão diferente, que milhares de milhas não
chegam para medir a distância. Vive para si mesmo e em pecado. Preocupa-se
unicamente com as coisas do mundo e do reino do mal. Assim é o estado intermediário.
A diferença é que aqui o perdido pode se arrepender e ser salvo para o reino de
Deus; ali, a separação é permanente. O cristão vai através da morte para o
hades, e estar com Cristo. Vai imediatamente à presença de Cristo. Não há
espera ou sono, para a alma, entre a morte e a chegada à presença de Cristo.
Devemos ter em mente que hades não é inferno. Hades é a esfera dos espíritos
desincorporados, bons e maus, esperando a ressurreição. Inferno é a habitação final
dos maus. No hades, o cristão está na presença de Cristo. Isto não significa
que Cristo está limitado ao hades. Ele é onipresente. A alma é limitada e assim
permanece neste estado ou esfera até à ressurreição. Cristo está com o cristão
ali e em toda parte. Devemos sentir muito mais completamente a sua presença ali
do que aqui. Apenas os aspectos mais importantes da doutrina da volta de Cristo
à terra podem ser considerados aqui. É tema para um livro, e muitos já têm sido
escritos sobre tal assunto. Temos que nos satisfazer em apresentar duas ou três
declarações gerais sobre o assunto.
Fonte: Nossas Doutrinas - H.W.
Tribble.
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