Em
seguida à ressurreição dos mortos, virá o julgamento final e a recompensa será
dada aos ímpios e aos justos. Há um princípio de julgamento em operação agora,
o qual em sentido algum tomará o lugar do julgamento final. Antes conduz ao último
dia, no qual todas as evidências e todos os registos para juízo serão trazidos
em revista perante Deus e o seu povo.
1. O fato
O fato
do julgamento é uma das doutrinas mais positivas da Bíblia. Em muitas seções do
Velho Testamento, esta doutrina do julgamento é ensinada em termos
inconfundíveis (Ob. 15:17; Is. 2; Mal. 3:2-6; e muitas outras passagens). É
comumente retratado em conexão com o Dia do Senhor. É no ensino de Jesus que
aquele grande dia final de julgamento toma forma definida (Mat. 11:20-24;
12:36; 25:31-46; João 5:26-29). Pedro (Atos 10:42; I Pedro 4:5; II Pedro 2:9) e
Paulo (Atos 17:31; 24:24, 25; Romanos 2:3, 5, 16; I Cor. 4:5; II Cor. 5:10)
também dão ênfase a essa doutrina.
2. O juiz.
Deus,
em Cristo, será o juiz no último dia. Em Mateus 25:31-46, Jesus representa o
julgamento quando ele virá em sua glória e todos os santos com ele, tomará o
seu lugar no trono e procederá ao julgamento de todas as nações. Ele está
qualificado para exercer a autoridade do julgamento final, em razão da sua
relação única com Deus e os homens. Como o Filho de Deus, ele é a revelação de
Deus e o Salvador dos homens. Ele é Deus mesmo tratando com os homens. É justo
e próprio que o Cristo de Deus, que revela aos homens o que Deus espera deles e
o que quer conceder-lhes, se assente a julgar os homens no dia final. Cristo é
também qualificado para ser juiz porque é Filho do homem. Ele conhece os
homens. Foi tentado em tudo como eles são tentados, mas não pecou. Certamente,
a sua compaixão para com o homem temperará a sua justiça, sem comprometê-la.
Teremos na cadeira de juiz no último dia nosso Irmão mais velho e nosso melhor
Amigo.
3. Os que serão julgados.
Todos
serão julgados — os mortos, “pequenos e grandes”, todas as nações, remidos e
perdidos, e talvez mesmo os anjos maus (Judas 6). Será universal. (Veja-se Mat.
25:31-46; II Pedro 2:4-9; Judas 6; Apoc. 20:12.)
4. A base.
Sobre
que base os homens serão julgados? As Escrituras têm alguma coisa a dizer sobre
isso. Há duas linhas gerais no curso do julgamento. A primeira será a relação
dos homens com Deus. “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”, e,
consequentemente, estão debaixo de condenação. Deus providenciou um meio de
livramento, por intermédio de Jesus Cristo. Recusar aceitar a sua oferta de
salvação é incorrer em maior condenação e revelar um caráter confirmado no
pecado. (Veja-se João 3:18, 19; Rom. 2:16.). A segunda base de julgamento está
nas obras dos homens. (Veja-se Mat. 25:34-46; II Cor. 5:10.) A relação de
confiança em Cristo dará fruto de uma espécie, enquanto que a relação de
rebelião contra Deus dará fruto de outra espécie. O cristão se esforçará por
ter uma abundante colheita de boas obras, feitas pela graça de Deus habitando
nele. Ele é salvo por Cristo por meio da fé, porém será recompensado pelas obras
que tiver feito na carne. Os maus serão condenados pela sua rejeição de Cristo,
bem como por suas más obras.
5. O propósito.
Qual o
propósito do julgamento? Não será revelar o caráter no sentido em que temos os
nossos tribunais para determinar se os acusados são ou não culpados. Isto é
determinado aqui e é conhecido na mente de Deus, mas o julgamento será para a manifestação
do caráter. “ Pois é necessário que todos sejamos descobertos perante o
tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo,
conforme o que praticou, o bem ou o mal” (II Cor. 5:10 — Trad. Bras.). O
resultado do julgamento será a vindicação da justiça de Deus. Algumas vezes
surge a questão relativa à felicidade dos salvos no céu, se eles saberão que
alguns dos seus queridos estão em eterna punição. Como poderá alguém ser feliz,
sabendo que um seu irmão ou irmã está em trevas e sofrimento fora do céu?
Quando tomamos o propósito do julgamento em consideração, esta questão desaparece.
Depois do julgamento ver-se-á que Deus fez tudo bem. E, com o maior
conhecimento que tivermos, não desejaremos ver um só pormenor de seu soberano controle
universal mudado.
Fonte: Nossas Doutrinas - H.W. Tribble.
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