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Escatologia: A Ressurreição.

A Bíblia ensina, e os cristãos em geral creem, que haverá uma ressurreição geral dos mortos. Esta doutrina se encontra entre todos os povos. Muitos povos, fora do alcance da Bíblia, notadamente os antigos egípcios, mantinham a crença na ressurreição do corpo como parte da sua doutrina da ressurreição da alma. Contudo, só o cristianismo pode apresentar uma clara definição da doutrina e pô-la em base sólida. Há três fases da doutrina que devem ser expostas aqui.

1. Baseada na ressurreição de Cristo.

A ressurreição de Cristo é a pedra de esquina sobre que assenta a esperança da ressurreição geral, e, mais particularmente, dos crentes em Cristo. Em toda a extensão do Livro de Atos, a ressurreição de Cristo é feita a base do apelo do evangelho. Em quase todos os casos em que a mensagem do evangelho é pregada, a ressurreição de Cristo é mencionada para dar-lhe ênfase. Porque ele ressuscitou, vive. E porque ele vive, nós viveremos também. Cristo quebrou os grilhões da morte, estabelecendo o seu domínio, sobre ela e algum dia exercerá essa autoridade em nosso favor, ressuscitando-nos. Leia-se novamente o capítulo 15 de I Corintios, para se ver a ligação que o apóstolo Paulo faz entre a ressurreição de Cristo e a ressurreição geral. “Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem” (I Cor. 15:20, 21).

2. Será acompanhada pela presença e poder de Cristo.

Jesus ensinou a doutrina da ressurreição, baseando-a sobre sua conexão vital com ela. Ele deu a Marta uma gloriosa lição concernente a ela, dizendo: “ Eu sou a ressurreição e a vida” (João 11:25). No capítulo 5 de João, ele declara que os mortos ouvirão a sua voz e sairão dos túmulos: “Vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz; e os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação”. Paulo liga a ressurreição diretamente com a segunda vinda de Cristo, dizendo que quando Cristo descer, “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”.

3. Será a ressurreição do corpo.

Aqui, novamente, a ressurreição de Cristo tem uma relação importante com nossa doutrina. O seu corpo foi ressuscitado. Os nossos corpos serão ressuscitados. Há muitas dificuldades contidas nesta fase da doutrina: Como será o corpo ressuscitado? Depois de ele ter voltado à terra, será ajuntado da terra? Que será de um homem cujo corpo foi queimado em um avião e que teve suas cinzas espalhadas ao vento? Para responder a estas dificuldades, alguns têm imaginado que não será, na verdade, uma ressurreição do corpo, mas uma espécie de “ressurreição espiritual”. Uma tal interpretação está em franca oposição ao ensino do Novo Testamento. A doutrina é muito positiva e refere-se claramente à ressurreição do corpo. Como essa ressurreição se fará, não sabemos. Paulo lança alguma luz sobre o problema do capitulo 15 de I Coríntios. Ali ele diz que o corpo ressuscitado será um corpo espiritual adaptado à habitação do espirito numa esfera espiritual. Será muito diferente do presente corpo natural. Este corpo natural ressurgirá num corpo espiritual. Este corpo de corrupção ressuscitará em incorrupção. Este corpo de desonra ressuscitará em glória. Não obstante, haverá ainda uma conexão entre o velho e o novo corpo. O velho é semeado e o novo é ressuscitado. Como a semente é semeada e dela nasce a nova planta em tempo próprio, assim o corpo será semeado na terra e no tempo devido surgirá um corpo ressuscitado.


Fonte: Nossas Doutrinas - H.W. Tribble.

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