Movimento
resultante da fusão da seita pentecostal com “o despertar religioso" (revival). Tanto existe nas tradicionais igrejas
históricas, como em grupos informais extraeclesiásticos. A renovação
carismática católica pode contar-se como movimento dentro do complexo fenômeno pentecostalista.
Doutrinariamente pluralista, já fez surgir organizações interconfessionais.
Caracterizam-se pelos encontros de oração, que conduzem a intensa participação de
todos. É um fenômeno livre, que não se identifica com nenhuma posição
confessional ou sectária. Como movimento, o pentecostalismo começou no início
do século XX, na América do Norte, entre metodistas e batistas. Alguns pastores
queriam suscitar um reavivamento nas suas comunidades. Pesquisando os primeiros
tempos da Igreja, tentaram descobrir a pureza apostólica da doutrina, a simplicidade
primitiva do culto e o poder pentecostal na experiência. Por isso, acreditam que
a Bíblia é a regra absoluta para orientar a vida e a interpretam literalmente;
dizem que o Espírito Santo ritualiza hoje, seus dons e prodígios, que foram
realizados no Pentecostes. Então, praticam dois batismos para adultos, um
depois da conversão e o outro no Espírito Santo, para receberem os dons e os
carismas. Assim, vêm o dom de falar em línguas, o poder de curar, as profecias
etc. Na sua doutrina, o pentecostalismo segue os princípios fundamentais de
outras correntes protestantes, sobretudo do metodismo com sua insistência na
experiência de conversão. Prega a fé absoluta nas Sagradas Escrituras, que
interpreta, em geral, de acordo com as tendências fundamentalistas. Admite os
dogmas cristológicos contidos no Credo (divindade de Cristo, nascimento virginal,
morte redentora, ressurreição e ascensão). Os movimentos pentecostais inclinam-se
a um certo milenarismo, pregando como próxima a segunda vinda de Cristo.
Celebram (muito pouco frequentemente) a Santa Ceia, embora não lhe reconheçam
mais do que um caráter simbólico. O pentecostalismo espalhou-se, sobretudo entre
as camadas mais pobres da população, gerando um certo sentimento de
fraternidade e de austeridade de vida, que tem contribuído também,
indiretamente, para a melhora das condições materiais das classes populares. Os
pentecostais são, em geral, muito ativos na sua propaganda, para a qual usam
amplos programas de rádio e imprimem grandes quantidades de livros e folhetos,
de caráter fundamentalmente pietista. São raras as comunidades pentecostais em
que se manifesta uma autêntica preocupação social. Na sua organização, o
pentecostalismo é de base congregacionalista. Assim se explica a multiplicação
de suas denominações. A organização das seitas pentecostais é flexível, para
não atrapalhar o Espírito, que sopra onde quer. Também cada comunidade elege
seu pastor. No Brasil, os pentecostais instalaram-se primeiro em Belém do Pará,
com a vinda dos missionários suecos, Daniel Berge e Grunar Vingen, em 1910. As
mais espalhadas comunidades são as seguintes; Assembleia de Deus, Igreja Evangélica
Pentecostal “O Brasil para Cristo”, a Igreja do Evangelho Quadrangular, a
Congregação Cristã do Brasil e a Igreja Deus é Amor. Outros grupos que se podem
citar são a Igreja Evangélica Bethel e a Igreja do Nazareno. No
pentecostalismo, distinguimos várias etapas: a do enraizamento ou implantação, que
vai de 1910 a 1935, quando medidas de exceção permitiram ao Governo abafar as
agitações populares e, a partir de 1935, início da expansão, que se acelera dos
anos 50 em diante. Dentro desse período de expansão, duas fases; a do
popularismo, quando ocorrem a segmentação das Igrejas pentecostais e uma incipiente
e curta incursão na área política, e a da década de 70 até nossos dias que, sem
perda do crescimento pentecostal, indica ocorrências de alguns tipos de
práticas sociais.
Fonte: Dicionário
Enciclopédico das Religiões - Hugo Schlesinger & Humberto Porto, Volume 2.
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