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A UNIDADE CRISTÃ.



Ninguém que considere seriamente o ensinamento de Jesus durante dois minutos duvidará que a vontade do Salvador é que todo o seu povo viva em união. Foi o próprio Salvador que orou para que aqueles "que creem em mim através da sua palavra ... possam todos ser um. Como tu, Pai, estás em mim e eu estou em ti, que também eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste "(João 17: 20b-21). A unidade do povo de Deus, especialmente na sua vida em congregações, está também no centro dos apelos regulares de Paulo às congregações do primeiro século (1 Coríntios 11: 12-14, Efésios 2: 14-18, 4: 3, 13, Colossenses 3:15...). Devemos confessar e trabalhar a realidade de que Deus não tem duas igrejas, dois corpos ou dois (ou mais) partidos dentro de cada congregação de Cristo. A palavra da Bíblia é preciosa aqui: "um". A história da Igreja, pelo menos desde o século IV, infelizmente revela que temos muitas vezes perdido esta realidade. A igreja "una" não é católica, nem ortodoxa, nem protestante. É cristã! Todos os que estão em Jesus Cristo, por uma união vital criada pelo Espírito Santo, estão neste único corpo. Este não é um corpo Batista ou Metodista. Não é um corpo luterano ou anglicano. Nem é católico romano ou ortodoxo oriental. É o corpo de Cristo. O melhor que nossos rótulos podem fazer é expressar algumas das ênfases doutrinárias particulares que existem em toda a Igreja na história humana. Mas não ousamos nos tornar complacentes com as coisas como são. Perseguir a unidade do corpo de Cristo não é uma opção.

Durante o século passado um grande esforço foi empreendido para reunir várias denominações cristãs. Muito desse esforço falhou. Uma das principais razões pelas quais falhou pode ser rastreada até uma atitude de indiferença em relação à ortodoxia doutrinária. Isso não podemos fazer se quisermos permanecer fiéis a Cristo. Mas a outra alternativa também não é aceitável, ou seja, uma atitude de indiferença à unidade cristã. Ao que somos chamados encontra-se num mistério. O que precisamos é de uma ortodoxia ousada que irá restaurar o Cristianismo clássico ao seu devido lugar. Isso significa que os antigos credos da Igreja devem novamente ter um lugar central em nossa vida juntos. Precisamos também de um ecumenismo generoso que enfrente nossas diferenças com honestidade e encontre novas maneiras de honrar um ao outro na mesma família cristã, enquanto permitimos que as diferenças sejam discutidas e resolvidas. O velho ecumenismo do século XX falhou por muitas razões. Uma delas é que ele mudou seu foco de confessar Cristo em verdade ao engajamento político com a atual ordem mundial. Mas esse fracasso pode abrir a porta para algo melhor, algo novo e algo que honra a Cristo. Membros da mesma família nem sempre concordam. Esta é a natureza de toda a vida comunitária. Mas podemos discordar e abraçar o que C. S. Lewis chamou de "mero cristianismo". Eu, por exemplo, oro por um novo ecumenismo, um ecumenismo diferente do velho, que tenha um comprometimento audacioso com a ortodoxia essencial. Ao mesmo tempo oro para que aqueles que amam a ortodoxia, e acreditam que sem ela não há cristianismo real, irão buscar a unidade da Igreja com todo o seu coração. Quando essas duas verdades são mantidas como prioridades em nossas orações, então podemos começar a falar honestamente sobre nossa unidade e o que podemos fazer para restaurá-la.

*Tradução livre by Mazinho Rodrigues.
Fonte: Reformation and Revival Volume 13.

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