Há um elemento de mistério nas doutrinas
que aparecem primeiro no Antigo Testamento, antes de serem reveladas de forma
mais completa no Novo Testamento. Ao longo do Antigo Testamento, há sinais
contínuos que apontam para a existência da Trindade. Eles são vistos nos nomes
de Deus, na adoração a Deus, e nas distinções feitas dentro da Trindade.
Os nomes de Deus implicam a Trindade. Deus
revela a Sua natureza em parte através dos Seus nomes. O primeiro nome de Deus
usado nas Escrituras é Elohim. Mesmo no primeiro verso da Bíblia, uma
dica da Trindade é dada; a palavra Elohim está no plural. Se o uso deste
nome no plural fosse o único ensinamento que tivéssemos sobre Deus, não seria
um argumento forte porque em hebraico usa-se o plural em referência à
majestade. “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança” (Gn. 1:26). Quando o homem obteve o conhecimento do bem e do mal,
Deus disse: “Eis que o homem é como um de nós” (Gn. 3:22). Antes do julgamento
em
Babel, Deus disse: “Desçamos” (Gn. 11:7).
Isaías “ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por
nós?” (Is. 6:8). Isaías registra um segundo nome de Deus que é plural. O nome
“Criador” (Is. 54:5) está no plural no hebraico. Este verso, então, nomeia três
que são Deus. “Porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o
seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; que é chamado o Deus de toda a
terra” (Is. 54:5). Esses nomes de Deus, usados no plural, sugerem o que é conhecido
como uma “unidade plural”.
A adoração a Deus pelo uso de uma fórmula
Trinitária. A segunda
indicação da Trindade no Antigo Testamento é vista na adoração a Deus. A visão
que Isaías teve de Deus incluiu a tríplice designação: “Ouvi a voz do Senhor,
que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” (Is. 6:3). Quando Jacó abençoou
o seu filho José no nome de Deus, três vezes ele identificou Deus de maneira
diferente (Gn. 48:15,16). A Bênção Arônica dada por Deus para declamação pelo
primeiro sacerdote de Israel também era tripla em sua natureza: “O Senhor te
abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha
misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz” (Nm.
6:24-26). Apesar disso não ser conclusivo em si, a maioria dos teólogos
bíblicos concordam que essas ênfases triplas na adoração a Deus dão permissão à
tripla Personalidade de Deus.
Todas as três Pessoas se distinguem como
Deus. A terceira inferência
da Trindade no Antigo Testamento é a prática de diferenciar Deus e Deus. O
julgamento do Senhor para Sodoma e Gomorra aponta uma diferença entre o Senhor
na Terra - e o Senhor no céu (Gn. 19:24). Mais especificamente, o Antigo
Testamento ensina que Jeová tem um Filho (Sl. 2:7) que é chamado Deus (Is.
9:6). O Espírito de Deus também é referido no Antigo Testamento como Deus (Gn.
1:2; 6:3).
Uma afirmação clara aponta para a
Trindade. Provavelmente, a
afirmação mais clara sobre a Trindade no Antigo Testamento está em Isaías
48:16, porque demonstra a convicção do Antigo Testamento nas três Pessoas da Trindade.
Deus, o Filho, está falando neste verso. Ele identifica o Pai (Senhor Deus) e “Seu
Espírito” como O tendo enviado. No próximo verso, o Filho é claramente
identificado como Deus. Portanto, este verso identifica três que são Deus,
ainda que não negue o monoteísmo. Os missionários para
os judeus usam esse verso com frequência
quando são desafiados por eles ao dizerem que os cristãos acreditam em “três
deuses”. Os cristãos acreditam em um Deus em três pessoas, assim como o Antigo
Testamento ensina.
Fonte: Série Concisa - Doutrinas Bíblicas - Elmer
L. Towns.
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